Em Dezembro do ano passado, suicidou-se um jovem transgénero de 17 anos. O seu nome era Josh Alcorn, mas queria ser chamado por Leelah. A notícia foi amplamente noticiada, sobretudo pelo facto de os pais de Josh o terem levado a fazer terapia conversiva.
A Organização Mundial de Saúde tem recomendações muito específicas
sobre como se deve noticiar estes acontecimentos, pois está estudado que as notícias
sobre suicídios podem levar a mais suicídios.
Entre as recomendações da OMS estão, por exemplo, que se deve
apenas relatar factos relevantes, e mesmo estes nas páginas internas de veículos
impressos; não publicar fotografias ou cartas do falecido; não fazer sensacionalismo
sobre o caso; não atribuir culpas.
De todas estas indicações os media fizeram tábua rasa. No desejo de atacar as terapias que visam
o tratamento deste transtorno, os jornalistas fizeram uma ampla cobertura do
caso, puseram as noticias nas principais páginas das versões online, mostraram fotografias e vídeos
em abundância, fizeram um enorme barulho sobre a opressão do jovem por ter que
fazer terapia e atribuíram todas as culpas aos que defendem que é possível os
transexuais fazerem terapia para reverter a sua condição.
O facto é que até ao dia 9 de Abril já outros seis jovens
transexuais se tinham suicidado. Não afirmo que há uma relação directa entre a
publicidade ao caso Alcorn e estes actos. Mas a verdade é que os media insistem que existe uma onda de suicídios
de jovens transexuais, depois de terem glorificado o caso de um pobre jovem que
se suicidou, apenas para afirmar a sua agenda. Parecem contudo ser incapazes de pensar se o seu comportamento não terá tido alguma influência nesta onde
de suicídios.
Contudo, o mais grave aconteceu no dia 11 de Abril, quando a
Casa Branca apelou ao fim das terapias conversivas e citou o exemplo de Alcorn.
Este facto foi publicitado em jornais de todo o mundo e a tragédia do jovem
Alcorn foi dada como exemplo de um acontecimento que pode mudar a política.
A verdade é que dois dias mais tarde, outro jovem
transgénero de 16 anos se suicidou. Também este caso mereceu amplo destaque da
imprensa, com os mesmos atropelos às recomendações da OMS que tinham sido
feitos no caso de Josh Alcorn. Desta vez, na ausência de qualquer terapia
conversiva, o alvo da fúria dos jornalistas foi o bullying de que o jovem era alvo.
Ou seja, dois dias após o executivo de Obama ter
vergonhosamente usado o drama de um adolescente de 17 anos para fins políticos,
outro jovem segue o mesmo caminho. E em vez de alguém se interrogar se não terá
sido irresponsável da parte de Obama glorificar uma tragédia para fins
políticos, voltam a repetir-se os mesmos erros.
Bem sei que não é possível afirmar uma relação directa entre
estas oitos mortes dramáticas e o uso irresponsável que os políticos e
jornalistas favoráveis à ideologia de género
fazem dele. Mas é possível afirmar que publicitar e glorificar (morreu por uma
causa) o suicídio de jovens adolescentes para afirmar uma agenda política é
perigoso, irresponsável e, sobretudo, totalmente desprezível.
A ideia de que o género de uma pessoa pode ser diferente do
seu sexo, ou seja, de que uma pessoa pode ser uma “mulher” presa num corpo
masculino é de uma violência tremenda. Implica uma pessoa dissociar-se do seu
próprio corpo, afirmar-se a si mesmo como um erro, violentar-se a si mesmo para
afirmar o primado da sua ideia sobre a realidade.
Ora, isto não acontece sem consequências. O problema não é o bullying (embora este seja sempre um
acto vergonhoso que não tem nenhuma desculpa), nem as terapias conversivas. Mas
sim a violência a que o transexual se obriga para se negar a si mesmo. Por isso o transexual precisa obviamente de apoio, o que é muito diferente de incentivo.
Um adolescente que vive este drama, a última coisa que
precisa é que lhe dêem exemplos de pessoas que não aguentaram viver assim e
decidiram tirar a sua própria vida. Isto devia ser evidente para todos. Infelizmente,
aqueles que se dizem defender os direitos dos transexuais não se importam nada
com os métodos que usam na sua guerra, nem com as baixas que causam.
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