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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Ministério da Educação: Sexo, Manuais e Doutrinação!





Nas últimas semanas saíram duas noticias, aparentemente sem nada em comum, sobre a educação em Portugal.

No dia 22 de Novembro o DN anunciava que, na opinião de vários especialistas, não era ilegal negar manuais escolares gratuitos aos alunos das escolas privadas.

Já no dia 4 de Dezembro, o mesmo jornal, produziu uma reportagem sobre  o Referencial de Educação para saúde que permite, entre outras coisas, educação sexual no pré-escolar, carregada de ideologia do género, e introdução ao tema do aborto no 5º ano de escolaridade.

Estas duas notícias são claros exemplos daquele que é o maior problema do país: a Educação.

Portugal vive numa ficção, que este governo alimenta e acicata, que a Escola se divide entre pública e privada. De um lado a escola pública, paga pelo Estado, democrática, para todos, do outro a escola privada, elitista, para os ricos snobs.

Por isso, para muitos portugueses, é da mais elementar justiça que só os filhos dos que andam na escola pública tenham direito a livros grátis, porque os das escolas privadas recusam esse dever de cidadania que é frequentar a escola que  Estado manda.

Ora, a divisão entre escola pública e privada é falsa. Uma escola que seja propriedade privada pode prestar (e muitas vezes presta) serviço público. Qualquer escola que eduque uma criança presta um serviço público. O facto de o serviço ser feito por privados não o torna menos público. Os correios são um serviço público e contudo é detido por privados. A mesma coisa com a electricidade, ou com os transportes públicos (com algumas excepções).

Educar é um serviço público, mesmo que seja prestado apenas para ganhar dinheiro. Por isso a divisão é entre escolas do Estado e escolas privadas, pois quer uma quer outra praticam um serviço público. 

Os anos têm demonstrado que não só os resultados dos privados são melhores, como o custo por aluno é mais reduzido. Se é mais barato e mais eficiente, porque razão este Governo tem travado um tão grande guerra contra os privados terem uma maior participação na Educação?

Evidentemente que existem várias razões. Algumas de ordem técnica, como por exemplo como garantir que os privados que detêm uma escola não vão proibir a matricula de alunos com maus resultados escolares ou como evitar que cobrem propina para além daquilo que o Estado paga. Outras razões são meramente políticas: o monopólio da educação pelo Estado garante mais emprego para os professores.

Mas a grande razão não é nenhumas das acima descritas. A verdadeira razão é que a escola estatal não serve para ensinar as crianças a ler e escrever, parafraseando Clemenceau, mas para formar bons republicanos.

O Estado não abdica do monopólio da educação, não para o bem das crianças, não porque este seja o sistema mais eficaz para garantir uma educação melhor para todos, mas porque não abdica de doutrinar as crianças.

E isto torna-se evidente na segunda notícia de que falei. Só num país onde a educação escolar é monopólio do Estado, onde os pais não são tidos nem achados, onde os programas são decididos numa qualquer capelinha da 5 de Outubro é que seria possível um programa de educação sexual que impõe a crianças pequenas assuntos como a ideologia de género e o aborto.

É evidente que as proposta para o Referencial de Educação para a saúde não tem por fim a educação escolar das crianças, mas sim a sua doutrinação nas teorias dos autores da proposta sobre a sexualidade. Não existe nenhum objectivo educativo, apenas a mais pura doutrinação.

Há anos que em Portugal temos assistido a um avançar, aparentemente implacável, das chamadas medidas fracturantes. E em cada uma delas os católicos, e não só, tem lutado bravamente e sido derrotados. E continuaremos a ser, porque vamos para a batalha tarde demais. Quando lá chegamos já estamos em total desvantagem.

Porque a grande batalha é a batalha da educação. É a batalha pela liberdade dos pais poderem educar os seus filhos como lhe parece melhor e não segundo a vontade dos mandarins do Ministério da Educação.

Enquanto não fizermos da Educação, e sobretudo da liberdade de educar, uma das nossas prioridade políticas, continuaremos a tentar apanhar chuva com baldes, em vez de arranjarmos o telhado! Inevitavelmente a casa inunda!