De cada vez que acontece uma qualquer desgraça ouvimos sempre os mesmo comentários: a sociedade está perdida, há cada vez mais violência, as pessoas estão cada vez mais egoístas, as mulheres sofrem cada vez mais abusos, as crianças estão cada vez menos seguras. Todos os dias ouvimos mais histórias de velhinhos abandonados, de mulheres abusadas, de crianças que sofrem de bullying e por aí diante.
Mas nada disto nos devia surpreender. Nas últimas décadas o Ocidente lutou por se livrar das grilhetas do cristianismo, os bens pensantes desejavam o “progresso” de um mundo sem Cristo. E tanto procuraram o futuro que simplesmente regressaram ao passado!
Nada disto é novo, na Roma clássica já as mulheres eram tratadas como objectos, os mais pobres e frágeis deixados à sua sorte, e tirando para os cidadãos ricos, reinava a lei do mais forte. E isto era na maior civilização da altura, incomparável aos sacrifícios de bebés de Cartago ou aos caçadores de cabeça gauleses.
Foi o cristianismo que introduziu no mundo a ideia de que todos são igualmente dignos, que temos o dever de ajudar os que mais precisam, de que a mulher não é um objecto para o prazer dos homens, que o poder deve estar ao serviço dos mais frágeis.
O Ocidente, qual adolescente, na sua fúria de autonomia, preferiu deitar tudo isto fora, para ser “livre”. E assim se viu livre do filho pródigo, do bom samaritano, do bom pastor. Por isso hoje o filho mais novo não tem casa para onde regressar, o ferido fica a morrer na estrada e a ovelha perdida é devorada pelo lobo.
O Ocidente esqueceu o cristianismo e construiu uma nova civilização. E quando finalmente descansou da sua loucura, percebeu que não era bom, mas continua a sem querer regressar a casa.