O
site Delas, um suplemento do Diário de Notícias, publicou hoje um artigo sobre
uma prostituta. Segundo conta, a rapariga, que tinha perdido tudo no divórcio
no Brasil, veio para Portugal e começou a prostituir-se para ganhar “dinheiro à
séria”. Desde aí a vida é um sucesso, ela adora o trabalho e já conseguiu
ganhar muito dinheiro. Segundo o site o único problema é mentir à família.
O
artigo é um nojo. É mais um da campanha, que já corre há uns anos, para tentar
legalizar a prostituição. O objectivo é claro: criar a ideia no grande público
que a prostituição é uma actividade como outra qualquer, que até tem um certo glamour, e que não há razão para não ser
legal.
É
um nojo porque, antes de mais, a esmagadora maioria das mulheres
brasileiras que vivem da prostituição em Portugal não têm a “sorte” da senhora
descrita no artigo. A maioria são vítimas de redes de tráfico de exploração de
mulheres, que vivem vidas de pobreza e miséria. Por isso é uma
irresponsabilidade “vender” a imagem da prostituição de mulheres que vêm do
estrangeiro como um negócio de sucesso.
Mas
para além disso, e esta é a questão de fundo, a prostituição é sempre um acto
de exploração, mesmo quando feita de livre vontade. Porque vender o corpo por
dinheiro é sempre ceder a sua liberdade a quem tem mais poder (neste caso
dinheiro). É deixar-se reduzir a um objecto que se aluga.
Equiparar a prostituição a um trabalho igual a qualquer outro é como afirmar que a
violação é uma agressão física igual a qualquer outra. Se o sexo é igual a
qualquer actividade física, então ver pornografia infantil é como ver um jogo
de futebol entre crianças!
Legalizar
a prostituição é dar o poder a homens com dinheiro de explorar sexualmente
outras pessoas. Porque tirando raras excepções, quem recorre à prostituição são
os homens, mesmo à prostituição masculina. Legalizar a prostituição significa
que o chulo se transforma em empresário e o cliente deixa de ter que ter medo
da polícia. A única pessoa para quem nada muda (a não ser o privilégio de pagar
ao Estado) é para a prostituta.
A
legalização da prostituição não resolverá em nada o drama da prostituição.
Muito pelo contrário, tornará ainda pior, porque aquilo que antes tinha que ser
feito às escondidas, passa a ser feito às claras. O homem que antes trazia
mulheres da Roménia inventado desculpas, com a legalização só precisa de
apresentar um contrato de trabalho!
A
única finalidade da legalização, para além de facilitar a vida a quem gosta de
explorar sexualmente os outros, é alimentar a ideologia progressista, que
deseja a qualquer custo derrubar todos os resquícios de moralidade que ainda
restam no nosso ordenamento jurídico. E na sua cegueira ideológica aqueles que
hoje tanto dizem defender a igualdade de género tencionam legalizar o aluguer
de mulhere!
O
texto do site Delas é nojento. Mas a campanha de que faz parte, mais do que
nojenta, é uma ameaça aos direitos das mulheres!