Fotografia Arlindo Homem no site da Agência Ecclesia.
Fátima é uma história muito inverosímil. Por que razão Nossa
Senhora, estando no Céu, podendo aparecer a quem quisesse, haveria de escolher
três crianças analfabetas, de um ermo esquecido, no país mais atrasado da Europa?
Não faria mais sentido aparecer a uma multidão ateia de Paris ou ao Rei protestante
de Inglaterra? Não seria mais eficaz?
Mas se olharmos com atenção, este é o método de Deus desde a
Sua Encarnação. Porque se parece pouco razoável aparecer a três crianças na Cova
da Iria, não parece mais compreensível encarnar num pedaço esquecido do Império
Romano (nem para província tinha estatuto) e escolher uma dúzia de populares, entre
os quais o mais letrado era o cobrador de impostos!
Mas este é o método que Deus usou para se revelar. De forma misteriosa
demonstra a Sua preferência revelando-se a um homem. Já assim era desde o tempo
em que escolheu Abrão em Ur ou Moisés no Egipto e escolheu David, e Elias e
todos outros profetas.
Por isso que Nossa Senhora tenha escolhido três crianças na
Cova da Iria para entregar a sua mensagem pode parecer pouco eficiente a
alguns, mas é simplesmente continuar a usar o método do Seu Filho.
E este método é um convite à liberdade de cada um. E é
comovente que o amor maternal da Virgem Maria seja tal, que mesmo tendo o Seu
Filho completado a revelação, a Sua Mãe se dê ao trabalho de vir até a um canto
remoto de Portugal para nos convidar a converter.
Leio por estes dias, diante do espetáculo de beleza que é o
povo na Cova da Iria no 13 de Maio, o habitual desfiar de disparates sobre
Fátima. E comove-me ainda mais pensar que Nossa Senhora, que conhece o coração
dos homens e por isso bem sabia que assim seria, mesmo assim amar de tal
maneira o mundo que se sujeitou a ser alvo de tantas blasfémias só para nos
salvar.
Fátima é sem dúvida inverosímil. Como Deus fazer-se carne no
estábulo é. A nós resta-nos agradecer este estrondoso mistério e fazer como
Nossa Senhora nos pediu.
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