A Jornada Mundial da Juventude é um acontecimento extraordinário. Participei em duas (em Colónia e em Madrid) e não conheço nada que se pareça. São ruas e ruas cheias de jovens em festa, de todas as partes do mundo. Miúdos de todo o mundo, com uma enorme diversidade de gostos, de dons, de carismas. E essa diversidade expressa-se nas catequeses, nas exposições, nos concertos, nos milhares de eventos que acontecem durante a semana que culmina com a Vigília e a Missa de Encerramento com o Papa.
Toda esta multidão de jovens na
rua são um espetáculo extraordinário. E tudo isto se passa numa serenidade, numa
alegria, numa paz que não é habitual numa multidão tão grande.
Mas para que se faz a JMJ? É que
organizar um evento assim dá uma enorme trabalheira a milhares de pessoas. Já
não falo do dinheiro gasto, mas dos milhares de pessoas que dão o seu tempo pela
JMJ. Tudo isto para quê?
A resposta é dada por São João
Paulo II logo na primeira JMJ - “A Jornada Mundial da Juventude significa precisamente
isto: sair ao encontro de Deus, que entrou na história do Homem através do Mistério
Pascal de Jesus Cristo. E Ele quer encontrar-vos primeiro a vocês, jovens. E a
cada um quer dizer: segue-me!”
A JMJ não é apenas um belo encontro
de jovens, um mega-acampamento de Verão, um festival para meninos bem-comportados.
Nem sequer um encontro de jovens bem-intencionados que quer mudar o mundo.
Isso, a acontecer, é tudo consequência. A JMJ, como tudo aquilo que a Igreja
faz, existe para testemunhar Cristo presente.
Por isso, a grande beleza da JMJ
é a oportunidade de conversão que oferece a cada um. Ou seja, a oportunidade de
responder ao convite de Cristo: segue-Me!
Tudo o resto é manifestação da
conversão a Jesus. Toda a beleza, toda a alegria, toda a felicidade que se vive
na JMJ são manifestação do encontro de Cristo. E existem para que cada um que peregrina
até à JMJ tenha a oportunidade de converter o seu coração Àquele que é fonte de
toda a Beleza, de toda a Alegria e da Felicidade Eterna.
Eu sei que atualmente as pessoas
não gostam de falar de conversão. Vivemos no tempo do relativismo, onde dizemos
que tudo é igual. Mas eu não posso acreditar que Jesus é Deus feito carne e
depois não desejar que os outros o conheçam. Se eu encontrei Aquele que
responde a todas as exigências do meu coração, como posso querer que os outros
não o conheçam? Para um cristão não desejar a conversão dos outros só pode ser uma
de duas coisas: ou falta de caridade ou falta de fé! Ou não desejo o bem do outro,
ou não acredito que Jesus é quem diz que É.
A JMJ, em toda a sua grandeza, é assim uma oportunidade única de obedecer ao mandato evangélico que Jesus nos deixou “ide por tudo o mundo e anunciai o Evangelho”. É evidente que daqui até à JMJ, e durante a própria Jornada, haverá coisas que nos incomodam, com as quais não concordamos. Iremos ouvir os maiores disparates, e uma tentativa de reduzir este ímpeto de São João Paulo II a uma experiência mundana, tornando a Igreja numa ONG. Mas não desperdicemos esta oportunidade. Esta oportunidade ante de mais para nós, que vivemos em Portugal. Oportunidade de conversão do nosso coração a Jesus, que se manifesta neste povo imenso que vai encher Lisboa. Mas também a oportunidade de anunciar Jesus a centenas de milhares de jovens.
Sem comentários:
Enviar um comentário