No conto infantil O Rei vai nu, há uns trapaceiros esperto que convencem o rei que lhe fizeram uma roupa com o mais belo tecido do mundo, mas só pode ser visto por pessoas sábias. O rei não via tecido nenhum, mas como não queria passar por burro, apreciou a sua nova roupa inexistente e “vestiu”. Logo todos os cortesões, também eles com o medo de serem rotulados de incultos, apreciaram a nova roupa do Rei, quando este se lhes apresentou de ceroulas. Quando o rei se foi mostra ao povo, também este, querendo parecer sábio, aclamou a maravilhosa veste real. Até que uma criança gritou “o rei vai nu!” e a farsa acabou, percebendo todos que tinham sido enganados pelos trapaceiros.
Cada vez mais, quando oiço discursos sobre a ideologia de género, com construções sociológicas cada vez mais complexas, me lembro desta história. Uma sociedade que procura convencer-se a si mesmo de que a realidade não é real, que aquilo que “sentimos” é superior aquilo que é, tudo para sermos “modernos”. E no entanto, apesar de todas as teorias e sentimentos, a realidade continua a ser o que sempre foi: homem e mulher.
Tenho o maior respeito por todas as pessoas. E todas devem ser tratadas com dignidade. Mas não nos enganemos, dizer a um homem que é uma mulher não é respeitá-lo, é alinhar numa farsa igual ao dos trapaceiros da história infantil, que encontraram na corte e no povo, idiotas úteis para levar avante o seu esquema. Um homem sentir-se uma mulher não o transforma numa mulher, e obrigar todas as pessoas a dizer que é uma mulher, ensinar, às crianças que é uma mulher, também não muda a realidade. E ao contrário do que acham os arautos da modernidade, preferir a realidade aos sentimentos, não é uma violência, nem um desrespeito, muito pelo contrário.
Sobre os disparates das teorias de género e o movimento alfabético, muito haveria a dizer. Mas para mim basta-me uma história infantil: o Rei vai nu! E isso não muda, por muitas cores projectadas, por muitas campanhas nas escolas, por muitas leis que aprovem, o rei vai continuar nu.
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