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terça-feira, 4 de agosto de 2020

Há quanto tempo não te confessas?



Hoje celebramos São João Maria Vianey, o Santo Cura d’Ars, padroeiro dos sacerdotes. Este santo era um homem considerado de pouca inteligência e cultura. Contudo tudo o que tinha pôs ao serviço do Senhor, sobretudo através da confissão. A sua fama como confessor era tal, que chegava a passar quinze hora por dia a confessar.

 

A grandeza de São João Maria não estava nas suas capacidades, mas na sua entrega total à missão que Deus lhe deu: salvar as almas. E é isto que é um padre, aquele que se entrega totalmente a um povo ao serviço de Deus.

 

Na minha vida tenho a graça de conhecer um padre assim. Ao contrário do Santo Cura d’Ars, a este sacerdote não falta a inteligência ou a cultura. E durante o seu ministério fez grandes obras. Mas tudo isto submeteu ao amor pelo povo que Deus lhe confiou. Por isso a sua frase mais famosa, entre tantas tiradas extraordinárias, continua a ser aquele convite que ecoa desde os corredores da Católica, aos becos da Madragoa, do pátio do Colégio de São Tomás à porta da Igreja da Encarnação no Chiado: há quanto tempo não te confessas?

 

Qualquer pessoa que tenha a graça de conhecer de perto o Padre João Seabra (eu, sendo seu sobrinho, tenho essa graça desde que me lembro de existir) sabe bem que nunca se deve aproximar quando ele está a falar sózinho com alguém, seja em que lugar for, para não correr o risco de interromper uma confissão. Seja o amigo de uma vida inteira, seja a pessoa que acabou de cruzar a porta da Igreja pela primeira vez, o convite à confissão marca a relação do Padre João com todos aqueles com quem se cruza.

 

Muitas vezes, quando via uma Igreja cheia de povo à espera que a missa começasse, enquanto o Padre João confessava um qualquer miúdo que chegara em cima a hora, me lembrei da parábola do bom Pastor, que deixa 99 ovelhas para ir procurar a que se perdeu. Assim é o padre João, capaz de fazer esperar centenas de pessoas para confessar uma!

 

Evidentemente que do ministério do Padre João muitas outras coisas há para contar. Mas sei que ele não tem nenhuma outra pretensão que não seja ser padre. Por isso a maior urgência que sempre lhe conheci foi a de confessar. Nunca colocou a sua esperança nas suas enormes capacidades, mas na Graça objectiva de perdoar os pecados em nome de Jesus.

 

Por isso o Padre João e o seu santo onomástico e patrono estão para mim sempre ligados. Porque a exemplo de São João Maria Vianey, também o Padre João colocou toda a sua vida nas mãos do Senhor, para que Este o ussasse como Seu instrumento. E que graça que isso é para mim e para todos outros que com ele se cruzam-

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