Ontem o DN trazia um artigo sobre a possível legalização da prostituição.
A mim, mais do que os argumentos, impressionou-me ver como se fala da prostituição como meio de vida normal.
Convenhamos, até acredito que existam mulheres que vivam da prostituição porque o escolheram livremente. Mas suponho que se possam dar ao luxo de seleccionar clientes e de viverem com alguma liberdade. Mas estes casos, caso existam, deverão ser raríssimos.
A quase totalidade das mulheres que se prostituem não o fazem por gosto, mas porque, esmagada pelas circunstância e necessitadas de dinheiro, acabam por optar por uma saída aparentemente fácil, mas que as introduz num mundo sórdido.
A preocupação daqueles que defendem a legalização da prostituição prende-se com a saúde pública e com a segurança. Mas este modo de olhar é ideológico, porque olha para a prostituição como algo de inevitável, como algo contra a qual não se pode lutar.
Percebo que seja difícil erradicar a prostituição, mas isto não quer dizer que então se legaliza. O mal não se legaliza, combate-se. Neste caso, combate-se na ajuda concreta às mulheres que são empurradas para o mundo da prostituição.
Legalizar a prostituição é mais uma vez dizer (como já se fez com a lei do aborto): o Estado não te ajuda a resolver o teu problema, não se preocupa com o teu problema, mas legaliza-o para que o possas fazer mais facilmente.
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