No principio de Março uma escola pública do
Barreiro promoveu uma visita de estudo, no âmbito da disciplina de Educação
para a Cidadania, que consistia numa palestra de dois jovens activista LGBTI a crianças de 11 anos.
Esta “visita de estudo” levou muitas pessoas a
manifestar o seu desagrado nas redes sociais, incluindo o deputado do PSD Bruno
Vitorino. Rapidamente a esquerda contra-atacou. Mariana Mortágua e o Bloco
fizeram queixa de Bruno Vitorino à CIG. Daniel Oliveira apelidou o deputado de
cretino, comparou-o a racistas e disse que só tinha dito o que disse porque
tinha imunidade parlamentar. Fernanda Câncio, Isabel Moreira e amigos
dispararam acusações de homofobia e descriminação em todas as direcções.
No fim de Março um colégio privado promoveu um conjunto
de debates com os alunos do secundário, orientados por professores. Segundo o
colégio os temas tinham sido propostos pelos alunos e eram propositadamente
polémicos para obrigar os alunos a pensar. Entre os temas propostos estavam “O votos dos
ricos deve valer mais” ou “a homossexualidade é genética”. As mesmas pessoas
que atacaram Bruno Vitorino, uniram-se mais uma vez para atacar o dito colégio,
que foi acusado de promover uma lavagem cerebral aos jovens. De tal maneira que
os temas foram mudados.
Estes dois acontecimentos demonstram três factos
:
1.
A esquerda,
sobretudo a esquerda cultural, não lida bem com a diferença. Para eles a sua
opinião é a única válida e quem não pensa como eles está fora da civilização e
deve ser punido e silenciado. Nos temas fracturantes a esquerda é completamente
dogmática, deixando sempre claro que quem não concorda com
eles é um potencial ditador fascista, com quem não pode haver diálogo.
2.
Para a esquerda a escola é um espaço
de doutrinação onde as crianças são retiradas à influência da família
para poderem ser devidamente catequizadas. Por isso não suportam qualquer
modelo de escola que não a escola do Estado. Para a esquerda a possibilidade de
os pais escolherem a escola dos filhos, a possibilidade dos pais poderem interferir
na escola dos filhos é uma ameaça ao desenvolvimento da sociedade tal como eles
a concebem. A escola privada é por isso uma anátema para Fernanda Câncio,
Isabel Moreira e companheiros. Para eles só pode existir a escola do Estado,
fortemente controlada para manter a pureza ideológica dos novíssimos direitos.
. 3. Para a esquerda o papel da Escola não
é ajudar as crianças a desenvolver capacidades e conhecimentos para conhecer a
realidade, mas sim doutrinar as crianças para que olhem para a realidade
segundo a ideologia do Ministério da Educação. Por isso apoiam com unhas e
dentes uma formação sobre sexualidade para crianças de 11 anos com a
mesma força com que combatem um debate sobre temas da actualidade para jovens dos
15 aos 18. Para a esquerda a escola não serve para abrir horizontes, as
crianças não devem pensar ou ser dotadas de instrumentos para adquirir opiniões
próprias. A escola serve para formatar bons cidadãos. Por isso tantos lhes faz
a exigência académica, os exames, ou qualquer outra ninharia que desenvolva o
intelecto dos estudantes. O único interesse real é que as crianças se mantenham
tanto tempo quanto possível à guarda dos ideólogos do ME.
Estes
casos só vem provar mais uma vez que a grande luta no nosso tempo é a luta pela
liberdade de educar os nossos filhos. As questões fracturantes, mais do que uma
luta política, são uma luta cultural e educativa. E a esquerda sabe isso melhor
que ninguém. Por isso luta para garantir que não haja espaço na educação para
quem deles discorda. Lutar pela liberdade de educação é cada vez mais urgente.
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