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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Aborto em Nova Iorque: Que Deus lhes perdoe!




Há assuntos que são de tal maneira horrendos que é difícil escrever sobre eles. Assuntos de tal maneira bárbaros que há um certo pudor em comenta-los publicamente. Assuntos tão inqualificadamente malignos que só de pensar neles ficamos angustiados. Contudo, apesar do horror, do pudor e da angústia não podemos ficar em silencio diante do mal.

O Congresso do Estado de Nova Iorque aprovou uma lei que permite o aborto até ao fim da gravidez. Até esta lei em NI “só” se podia abortar até às 24 semanas de gravidez. Agora até a criança nascer pode ser legalmente morta. A “desculpa” é o perigo de saúde para a mãe. Evidentemente é uma desculpa absurda, porque abortar um bebé a partir das 24 semanas (quando já tem hipótese de sobreviver fora da barriga da mãe) é tão ou mais perigoso do que simplesmente fazê-lo nascer.

Por isso aqui o que se trata é de dar poder de vida e de morte à mulher sobre uma criança que já está totalmente formada. De facto, pode acontecer o absurdo de uma mulher ter um aborto marcado, a criança nascer de urgência e por isso já não poder ser morta. Estava marcada para morrer, mas como teve sorte de nascer antes do aborto já tem total protecção jurídica.

Pior do que a aprovação desta lei foi a festa que se lhe seguiu. A festa chegou a tal ponto que o governador de NI mandou iluminar de cor-de-rosa vários edifícios de NI, incluindo o novo World Trade Center. Pelos visto para os políticos de Nova Iorque permitir a morte de crianças totalmente formadas é um motivo de festa.

Esta lei é de tal maneira bárbara que não tenho palavras para a descrever. Só me lembro de Cartago, onde bebés eram oferecidos em sacrifícios aos deuses para pedir protecção. Voltamos de facto a esses tempos bárbaros onde se sacrificam bebés para satisfação dos adultos.

Naquilo que escrevo tento sempre ser contido, ponderado, compreender o outro lado. Neste caso não consigo. Não consigo perceber como alguém é capaz de não só apoiar, mas de festejar uma lei que permite matar inocentes. Novos Herodes, exercendo o seu poder manchados com o sangue dos inocentes. Que Deus lhes perdoe!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Quando as notícias falsas chegam aos jornais.




Sexta-feira um grupo de rapazes adolescentes da Covington Catholic High School, que estavam em Washington para participar na Marcha pela Vida, estava parado nas escadas do Lincoln Memorial à espera do autocarro. Enquanto esperavam 4 negros, do grupo Black Hebrew Israelites, começa a “pregar” na direcção dos rapazes. A pregação incluiu insultos vários. Os rapazes começaram então a entoar cânticos da escola.

No meio disto, um grupo de índios, avança na direcção dos rapazes a tocar tambor e a cantar. Os rapazes foram-se afastando até que o ancião índio (aparentemente um veterano do Vietname) fica cara a cara com um rapaz. O rapaz não se mexe, não fala, não diz nada. Sorri apenas com um ar enervado enquanto o índio continua a tocar tambor à frente da sua cara. Os resto dos rapazes continua a cantar e a bater palmas. Um dos membros do grupo índio ainda insulta um dos rapazes, mas em momento algum há ameaças, agressões ou insultos da parte dos rapazes que ali estão à espera do autocarro.

Tudo isto é possível confirmar no vídeo completo com as imagens do momento.

A CNN faz um notícia, onde mostra apenas imagens do índio a tocar tambor na cara do rapaz, entrevista o activista índio e diz que os rapazes rodearam o grupo e que aquele rapaz em especifico não os deixou passar. Tal história é confirmada pelo activista. Basta olhar para as filmagens para perceber que a reportagem da CNN é totalmente mentirosa.

O objectivo era claro: ligar a Marcha pela Vida a um suposto icidente racista onde jovens brancos de uma escola católica insultam negros e índios. Pura propaganda.

O Observador fez um artigo sobre o assunto. O artigo começa assim “Jovens com bonés com o slogan de Trump — Make America Great Again — cercaram e gozaram com ancião da tribo Omaha, que fazia uma marcha em Washington. Vídeos tornaram-se virais nos Estados Unidos.”

Ora, o que aconteceu foi que um grupo de adolescentes, que esperava pelo autocarro, foi ameaçado, insultado e assediado por dois grupos de adultos diferentes, como se pode ver pelos vídeos. O que o Observador publica é a tradução de uma notícia mentirosa feita pela CNN.

Num tempo em que tanto se fala de fake news é impressionante como os órgãos de comunicação social continuam a produzir notícias falsas com o único objectivo de apoiar a sua ideologia. E muitíssimo preocupante. É fácil perceber porque é que tantos americanos preferem acreditar quanto Trump diz que os jornais mentem. Quanto estes não hesitam em mentir, de maneira grosseira, para o atacar é fácil acreditar em quem os acusa, mesmo que este minta tanto quanto eles.

Já agora, não posso deixar de reparar que o Observador que publica um notícia falsa sobre estes miúdos que participaram na Marcha Pela Vida é o mesmo que conseguiu ignorar completamente a dita Marcha pela Vida, onde 300 mil pessoas caminharam em Washington, calma e pacificamente. Pelos visto nem a multidão, nem a participação do Vice-Presidente dos Estados Unidos, nem a mensagem enviada pelo Presidente são motivo de notícia para o Observador. Notícia é mesmo uma notícia falsa da CNN para atacar o povo pró-vida.

Pergunto-me cada vez mais se quando os orgãos de comunicação social se queixam das fake news, se o problema é a mentira ou a concorrência?

sábado, 12 de janeiro de 2019

Ana Leal e o voyeurismo transvestido de jornalismo - 12/01/19

No dia 10 de Janeiro a TVI passou uma reportagem da jornalista Ana Leal (AL) que, segundo a própria, revelava um grupo secreto, constituído por psicólogos, psiquiatras e padres, que queria curar homossexuais através de terapias de conversão.

Infelizmente só havia uma psicóloga, um padre e nenhum psiquiatra. Pior, não havia quaisquer terapias de conversão ou conversas sobre “curas”. No fundo a reportagem consistia na gravação, dissimulada e não autorizada, de consultas de um homem adulto com a psicóloga Maria José Vilaça (MJV) e de reuniões de um grupo de apoio pastoral da Igreja Católica a homossexuais. Quanto ao secretismo, também era inexistentes, uma vez que MJV não disse nas tais gravações dissimuladas nada que não tenha já dito publicamente, assim como o sacerdote filmado também não disse nada diferente daquilo que a Igreja afirma publicamente. No fundo a reportagem tinha um único fim: o linchamento público de MJV.

Durante toda a reportagem é possível ouvir a jornalista a insistir com “Carlos” (o repórter anónimo, que nunca é revelado, ao contrário da psicóloga por ele espiada, suponho que para o salvaguardar das consequências legais das suas acções) para falar sobre as terapias de conversão e sobre cura, mas sem grande sucesso uma vez que de facto tais termos só existiam na cabeça da jornalista. Aliás, devia ficar para os anais da falta de cultura dos jornalistas o momento, no debate que se seguiu à reportagem, em que a autora da reportagem, ao ouvir MJV a negar que pratique terapias de conversão, afirmar “mas a doutora fala várias vezes de conversão”. Pelos vistos AL acha mesmo que, quando numa reunião de católicos se fala de conversão se está a falar numa qualquer terapia e não do arrependimento e acto de fé em Deus! Se calhar teria sido melhor mandar espiar uma qualquer catequese de crianças, sempre evitava fazer tais figuras em directo na televisão!

Mas todas estas coisas, por muito más que sejam e por muito que digam sobre o estado do jornalismo em Portugal, não seriam assunto suficiente para escândalo. O que foi realmente grave na reportagem de AL foi consistir basicamente em gravações dissimuladas, sem autorização dos seus intervenientes.
É de uma enorme gravidade que uma jornalista monte uma “emboscada” a uma psicóloga. Que filme sessões de terapia e que as divulgue. É muitíssimo grave que uma jornalista mande alguém infiltrar-se num grupo de apoio espiritual (a que insistiu mentirosamente em chamar terapia) e exiba publicamente (sem qualquer cuidado em distorcer vozes por exemplo) as conversas que foram tidas nesse grupo. É extremamente grave que uma jornalista mande gravar uma conversa entre um sacerdote e alguém que supostamente buscava orientação espiritual.

A “reportagem” de AL viola de maneira clara o direito à imagem, a reserva da vida privada, ao livre exercício da profissão e ao livre exercício de religião. Quebra o laço de confiança entre profissionais de saúde e pacientes (que a partir de agora já não sabem quando serão filmados e exibidos em formato inquisitorial na TVI). Quebra a confiança que as pessoas que buscam apoio espiritual em grupo têm no anonimato desse apoio (não sabem quando é que a AL irá decidir que fazem parte de um “grupo secreto” e filmar os seus encontros). Quebra o segredo que se espera na orientação espiritual com um sacerdote (que a partir de agora terá que pensar duas vezes no que diz e de como se expõe não vá a TVI decidir que precisa novamente de audiências!).

A reportagem de AL viola de maneira clara os deveres deontológicos de um jornalista (conferir artigo 14 do Estatuto do Jornalista) e a TVI viola claramente a Lei da Televisão ao exibi-la. AL tem todo o direito a discordar de MJV e da Igreja Católica na visão da homossexualidade. Não tem o direito de violar a privacidade das pessoas em nome da sua ideologia. Fico á espera que a ERC e a CCPJ intervenham com clareza e dureza. Caso contrário ficamos a saber que no jornalismo em Portugal vale tudo, até violar a Lei e a Ética.

Jurista

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Mário Machado, Isabel do Carmo, Otelo Saraiva de Carvalho: extremistas maus e extremistas bons.



A mim pouco me incomoda quem é que a TVI convida para o seu programa da manhã. Cada vez vejo menos televisão e seguramente não tenciono ver os programas matutinos. Manuel Luís Goucha convidar Mário Machado ou a senhora que vende tremoços na praça é me absolutamente igual. O programa é feito para ter audiências e quem o produz faz o que achar melhor para ter sucesso.

Já apresentar um homem condenado por agressões, raptos e torturas, um homem que defende publicamente a violência e o ódio como armas políticas, um homem que continua envolvido no mundo do crime e da violência, como um político com ideias um pouco extremas incomoda-me muitíssimo. Incomoda-me porque é mentira. Líder político com ideias extremas é André Ventura. Mário Machado é um criminoso cuja carreira política se confunde com a carreira criminosa. Não vejo problema que ele fale na televisão, tenho um enorme problema de o ver bem vestido e arranjado no programa da manhã da TVI a falar como se fosse um qualquer famoso com ideias extravagantes. Porque isso é enganar o público. A senhora velhinha que vê atentamente o programa do Goucha, que nunca ouviu falar de Mário Machado, que não faz ideia que ele tenho estado envolvido no espancamento de vários negros e na morte de Alcino Monteiro, que não sonha que ele foi condenado por raptar e tortura uma pessoa com um serrote e cera a escaldar, olha para aquele homem bem vestido ali a falar sobre segurança, respeito e outras charlatanices e até o acha bom rapaz. 

Evidentemente que a reacção da esquerda, a pedir a intervenção do Estado e da justiça para silenciar Mário Machado é absurda. Para a esquerda uma pessoa tem liberdade para mudar de sexo, para se drogar, para se matar, só não tem liberdade para dizer estupideces (ou melhor, para dizer estupideces diferentes das da esquerda). A verdade é que a esquerda não lida bem com a democracia. Para a esquerda a liberdade de expressão e de pensamento está-lhes reservada. Tudo o resto é fascismo que deve ser ilegalizado e punido pelo Estado.

Este caso revela também uma grande diferença entre a direita e a esquerda. Foi possível ver e ouvir claramente o repúdio da direita para com Mário Machado. Mesmo aqueles que defenderam a TVI deixaram claro o repúdio que o líder da Nova Ordem Social lhes merece. Ao contrário da esquerda que parece incapaz de repudiar os seus terroristas e não se importa de branquear os crimes dos seus extremistas.

Ouvi a belíssima intervenção de Daniel Oliveira sobre Mário Machado, onde descreveu os crimes dos quais ele foi condenado. Mas gostaria de também de o ouvir descrever os crimes de Isabel do Carmo da próxima vez que ela for entrevistada. Li um bom artigo do Rui Tavares sobre como se dava mais publicidade a Mário Machado do que a Alcino Monteiro, e de como se deviam sentir os pais da vítima. Mas gostaria também de o ler sobre Gaspar Castelo Branco, morto pelas F-25 à porta de casa, da próxima vez que houver uma aparição pública de Otelo Saraiva de Carvalho, de como se devem sentir a mulher e os filhos da vítima de cada vez que ouvem o assassino do seu marido e pai a ser cortejado pela comunicação social. Que a esquerda em geral condenasse com a mesma força com que condenou a aparição de Mário Machado a aparição de todos os terroristas de esquerda, cujas vítimas continuam esquecidas e cujos crimes foram branqueados. É que Mário Machado é um pária, que esteve já preso dez anos. Otelo, Isabel do Carmo, Luis Gobern, Camilo Mortágua, entre outros, continuam a ser festejados e aplaudidos, apesar dos crimes dos quais nunca se arrependeram. 

A liberdade de expressão e de pensamento é essencial na democracia. Mário Machado, Otelo Saraiva de Carvalho, Isabel do Carmo e outros que mancharam de sangue a sua carreira política não deixaram de ter estes direitos. Se a TVI os quiser convidar para os seus programas pode fazê-lo. Mas era importante que, sob o manto da liberdade não se escondesse também a verdade. Porque a Democracia exige liberdade mas também não vive sem a verdade.