Confesso que tenho pouca ou nenhuma paciência para as eleições — e ainda menos para a campanha eleitoral. É a terceira vez, em três anos, que vamos a votos. De cada vez, o país para, a aplicação do PRR atrasa-se e projetos públicos ficam em suspenso. Tudo isto porque o Primeiro-Ministro foi pouco prudente, e a oposição aproveita (na ausência de ideias) para espremer até ao fim o tema.
Contudo, apesar da falta de paciência, domingo é dia de votar. Não o farei com especial entusiasmo, mas fá-lo-ei sem hesitações. Depois de anos de desgoverno socialista, precisamos de um governo estável à direita — e esse resultado só é possível votando na AD.
O Chega já provou a sua inutilidade. Com 1, 13 ou 50 deputados, o Chega serve apenas para satisfazer a necessidade de poder de André Ventura. O último ano deixou claro que o partido unipessoal de Ventura será sempre um foco de instabilidade: hoje diz uma coisa, amanhã diz outra, sem qualquer vergonha. E, se por acaso algum deputado revela um assomo de independência, acaba corrido — como Henrique Freitas ficou a saber.
A IL, para além de ser um Bloco de Esquerda que gosta de dinheiro, também não me parece ser uma força útil à estabilidade. Por alguma razão, como vimos na Madeira, a IL acha que só pode fazer parte de uma coligação quando o seu parceiro faz tudo o que ela quer. O seu dogmatismo impede-a de perceber o conceito de parceiro minoritário. Por isso, votar na IL é, não só dar força a quem defende que o Estado deve estar ao serviço das engenharias sociais, como também apoiar um partido que provavelmente acabará por ser uma força de bloqueio.
Assim, quem quer um governo de direita estável só tem uma solução: votar AD. Não é o ideal, não é o que queríamos, podia ser melhor — sim, tudo isso. Mas é o que temos. Quem quer melhorar a vida política tem uma boa solução: empenhar-se na vida partidária. As eleições não são o momento de grandes teorias, mas sim a decisão prática sobre quem queremos a governar o país. E, para mim, é claro que quero um governo da AD com força suficiente para não estar continuamente a ser vítima da coligação PS/Chega.
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