Há poucas coisas mais contracorrente para um homem dos nossos tempos do que ser pai. Hoje, apesar de todas as ilusões colectivistas das últimas décadas, triunfou o individualismo. O homem moderno é aquele que vive para si, sem depender de ninguém, focado apenas na sua satisfação.
No tempo do “tu tens direito a ser feliz” e do “se não cuidares de ti quem cuidará?” sacrificar-se por um outro é um anátema. E isso vê-se nas disputas infindáveis sobre o poder parental, como se os miúdos fossem um adereço ou uma arma de arremesso. Vê-se na indisponibilidade de educar, preferindo entregar os miúdos a um número sem fim de actividades extracurriculares, que os vão mantendo entretidos, e cedendo a todos os caprichos para não ter que levar com uma birra. Vê-se no fazer e refazer constante da vida familiar (com “tias” e “irmãos” a entrar e sair constantemente). Tudo porque o essencial é satisfazer-se a si mesmo.
O resultado está à vista: cada vez mais os miúdos crescem sem pais, entregues a si mesmos, aos seus caprichos, aos seus problemas. Crescem sem ter a segurança de um adulto para quem olhar, que os guie, que os ajude a crescer. Tantas vezes ouvimos falar de como os miúdos estão cada vez mais mimados, e de como são cada vez mais “tiranos”. É normal, crescem à imagem desta sociedade egoísta que lhes roubou os pais e lhes deu em troca crianças grandes.
O reinado do individualismo produziu uma geração de crianças infelizes, deprimidas e infantis. Fazem falta homens que estejam dispostos a dar a sua vida toda para ajudar os seus filhos a crescer. Ou seja, fazem falta pais!
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