Rebentou ontem um escândalo nos jornais sobre o Patriarca de Lisboa. Descobriram os
jornalistas que o Senhor Dom Manuel propunha aos recasados absterem-se de ter
relações sexuais. A “descoberta” deu direito a notícias, reportagens com “especialistas”
(os de sempre, claro), e artigos de opinião. Hoje a Visão e o Público dedicam
os seus editoriais a atacar o Patriarca.
É
evidente que os senhores jornalistas, tão rápidas a emitir juízos e opiniões,
nunca leram uma linha da doutrina da Igreja sobre a sexualidade. Sobre o
assunto conhecem apenas o “toda a gente sabe”, a forma suprema de
ignorância contemporânea.
Não
vou aqui fazer a defesa daquilo que escreveu o nosso Patriarca. Não vale a
pena. Quem quer perceber, lê o que ele escreveu e percebe logo. Quem não quer,
também não será com a minha explicação que passará a perceber.
Mas
aproveito a oportunidade para agradecer ao Senhor Patriarca. Agradecer o seu
pontificado. Agradecer a sua paternidade. Agradecer a forma como tem ganho o
cheiro das ovelhas, de tanto estar ao lado delas.
Parte
do fel que tem sido destilado sobre o Patriarca nada tem a ver com a nota sobre
a aplicação da Alegria do Amor. E isso fica claro em alguns dos artigos que têm
sido publicados desde ontem. O que o “mundo” não perdoa ao Senhor Dom Manuel é
o facto de ele se recusar a ficar na sacristia. É o de não ter medo de publicamente
defender a Verdade e de instar os católicos a fazer o mesmo.
O
“mundo” não se importa com uma Igreja silenciosa, que faz o papel de ONG e que
reza dentro de quatro paredes fechadas. Mas não suporta uma Igreja que intervém
na sociedade.
Desde
o primeiro instante do seu pontificado o Senhor Patriarca tem deixado claro que
se recusa a ser uma figura decorativa do regime. Tem erguido publicamente a sua
voz na defesa da Verdade. Basta pensar
que sem a intervenção pública do Senhor Dom Manuel muito provavelmente a
eutanásia já seria lei. E é isso que o “mundo” não perdoa.
Mas
o Patriarca não se limita a ser um voz incomoda. É antes de tudo um pastor. Um
pai que continuamente acompanha os seus filhos. É impressionantes ver o empenho
pessoal do Senhor Dom Manuel junto de tantas realidades da Igreja de Lisboa. O
modo como incentiva e acompanha os movimentos de jovens, os movimentos de
Defesa da Vida, as associações de profissionais católicos, etc.
E
depois é sempre bonito ver a simplicidade do Patriarca, a sua discrição. Como
está, sem alarido, sem cerimónias, mas sempre presente, como um pai. Relembro
na última missa de Natal da Federação Portuguesa pela Vida. Tínhamos tudo
preparado para o receber, com toda a honra que é devida a um príncipe da
Igreja. E quando chegamos à Igreja, já lá estava o Senhor Patriarca, sentado no
meio da Igreja, como qualquer cristão, em oração diante do Sacrário. E aí ficou
quando começou o terço da paróquia, sentado a rezar, com o resto do povo
cristão até ir celebrar a missa. A única honra que conhece e que necessita é a de servir a Deus.
O
pontificado do Senhor Dom Manuel tem sido para mim, e penso que para todos os
católicos do patriarcado, fonte de graça e de gratidão. Comove-me sempre a
paternidade com que tantas vezes me acolheu, sobretudo nas questões relacionadas
com a defesa da vida, nas quais o seu apoio tem sido fundamental.
Por
isso agradeço a Deus por nos ter dado este grande bispo. E rezo para que o
Senhor no-lo conserve por muitos e bons anos. Saibamos nós estar à altura do
nosso Patriarca.
Conheci o Sr, D, Manuel jovem aluno do liceu. É uma lição de vida vê-lo crescer como pessoa, como sacerdote, como bispo. Deus o abençoe.
ResponderEliminarO mundo não perdoa que escolhe viver de uma forma pura e que se converte.
ResponderEliminarTal como o Edimar não foi perdoado pelo seu chefe nós tb somos a todo o instante acusados pelo mundo de viver esta necessidade de ser perdoados.
É neste abismo de intolerância do mundo que arriscamos todas a nossas fraquezas para dar-Lhe Gloria, sempre sustentada pela Sua Letícia,
"Não vou aqui fazer a defesa daquilo que escreveu o nosso Patriarca. Não vale a pena. Quem quer perceber, lê o que ele escreveu e percebe logo. Quem não quer, também não será com a minha explicação que passará a perceber."
ResponderEliminarE aqui está como é que se defende seja o que for, escrito por quem quer que seja mas não sem tentar humilhar, com um toque de soberba, quem ousa questionar o que leu...
Uma vez que os textos em questão não são tão fáceis de encontrar (e de interpretar) como o autor deste post sugere, deixo aqui links para os mesmos, algo que ao autor, estranhamente não pareceu pertinente:
ResponderEliminar- Nota publicada por D. Manuel Clemente: "http://www.patriarcado-lisboa.pt/site/index.php?id=8626"
Exortação apostólica Amoris laetitia, do Papa Francisco: "http://w2.vatican.va/content/dam/francesco/pdf/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20160319_amoris-laetitia_po.pdf"
Caro Péricles Pinto,
ResponderEliminarcomeço por informar que este blogue tem uma política de comentários bastante restritiva. Não apago os seus comentários, mas peço-lhe que evite o tom acusador e provocador, que embora em voga nas redes sociais, não são admitidos neste blogue. Podemos com certeza discutir e discordar, sem ser necessário fazer "chincana".
Quanto às suas "acusações":
- O meu artigo não é sobre a nota do Senhor Patriarca, mas sim sobre o pontificado do mesmo e sobre os ataques de que foi alvo.
- Não existe nenhuma tentativa de humilhação quando afirmo que quer perceber vai ler. Estou simplesmente a constatar que a nota é bastante acessível e que não será a minha explicação a mudar a ideia de ninguém sobre o tema. Dito de outra maneira podia ser "quem tem ouvidos oiça".
- Quanto aos textos não serem fáceis de encontrar: a nota do Senhor Patriarca está bem vísivel no site do Patriarcado. Tem, em nota de pé de página as citações dos documentos evocados. Ora qualquer pessoa que saiba escrever e usar o Google descobre os ditos documentos em menos de cinco minutos.
O seu artigo começa precisamente por referir a nota do Senhor Patriarca. Depois, faz um elogio ao Patriarca.
ResponderEliminarPercebo que admire o Homem e que faça o elogio da sua obra.
Mas, uma vez que o artigo começa precisamente com uma alusão à tal nota da polémica, fico sem perceber se acha que, dada a obra do Patriarca, devemos desculpá-lo por "propor (aos recasados) a vida em continência na nova situação" ou se concorda de facto com esta proposta.