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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Legalizar a prostituição: Um ataque às mulheres.





O site Delas, um suplemento do Diário de Notícias, publicou hoje um artigo sobre uma prostituta. Segundo conta, a rapariga, que tinha perdido tudo no divórcio no Brasil, veio para Portugal e começou a prostituir-se para ganhar “dinheiro à séria”. Desde aí a vida é um sucesso, ela adora o trabalho e já conseguiu ganhar muito dinheiro. Segundo o site o único problema é mentir à família.

O artigo é um nojo. É mais um da campanha, que já corre há uns anos, para tentar legalizar a prostituição. O objectivo é claro: criar a ideia no grande público que a prostituição é uma actividade como outra qualquer, que até tem um certo glamour, e que não há razão para não ser legal.

É um nojo porque, antes de mais, a esmagadora maioria das mulheres brasileiras que vivem da prostituição em Portugal não têm a “sorte” da senhora descrita no artigo. A maioria são vítimas de redes de tráfico de exploração de mulheres, que vivem vidas de pobreza e miséria. Por isso é uma irresponsabilidade “vender” a imagem da prostituição de mulheres que vêm do estrangeiro como um negócio de sucesso.

Mas para além disso, e esta é a questão de fundo, a prostituição é sempre um acto de exploração, mesmo quando feita de livre vontade. Porque vender o corpo por dinheiro é sempre ceder a sua liberdade a quem tem mais poder (neste caso dinheiro). É deixar-se reduzir a um objecto que se aluga.

Equiparar a prostituição a um trabalho igual a qualquer outro é como afirmar que a violação é uma agressão física igual a qualquer outra. Se o sexo é igual a qualquer actividade física, então ver pornografia infantil é como ver um jogo de futebol entre crianças!

Legalizar a prostituição é dar o poder a homens com dinheiro de explorar sexualmente outras pessoas. Porque tirando raras excepções, quem recorre à prostituição são os homens, mesmo à prostituição masculina. Legalizar a prostituição significa que o chulo se transforma em empresário e o cliente deixa de ter que ter medo da polícia. A única pessoa para quem nada muda (a não ser o privilégio de pagar ao Estado) é para a prostituta.

A legalização da prostituição não resolverá em nada o drama da prostituição. Muito pelo contrário, tornará ainda pior, porque aquilo que antes tinha que ser feito às escondidas, passa a ser feito às claras. O homem que antes trazia mulheres da Roménia inventado desculpas, com a legalização só precisa de apresentar um contrato de trabalho!

A única finalidade da legalização, para além de facilitar a vida a quem gosta de explorar sexualmente os outros, é alimentar a ideologia progressista, que deseja a qualquer custo derrubar todos os resquícios de moralidade que ainda restam no nosso ordenamento jurídico. E na sua cegueira ideológica aqueles que hoje tanto dizem defender a igualdade de género tencionam legalizar o aluguer de mulhere!

O texto do site Delas é nojento. Mas a campanha de que faz parte, mais do que nojenta, é uma ameaça aos direitos das mulheres!

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