Votar é um acto de puro realismo. Raramente temos a
oportunidade de votar em quem realmente queremos, ou mesmo em candidatos que
gostemos. Em toda a minha vida de eleitor, lembro-me de ter votado convencido em
2 ou 3 eleições.
Quando vamos votar escolhemos entre os candidatos que
existem aquele ou aqueles que nos parecem ser mais capazes de servir o bem
comum. Infelizmente, no Domingo essa tarefa não é fácil.
Para mim é evidente que o voto à esquerda, em projetos
baseado numa visão coletivista da sociedade, que são contrários à família e a
uma sociedade civil forte, que impõem engenharias sociais, que atacam o direito
à vida de forma cada vez mais agressiva, está fora de questão.
Também o individualismo egoísta da IL, que confunde egoísmo
com liberdade, que ao mesmo tempo que grita contra o Estado, acha que este deve
impor a sua visão cultural da sociedade, que endeusa o mercado, esquecendo
aqueles que não têm condições ou capacidade de ser valer por si próprios, está
para mim fora de questão.
No Chega também não voto. Antes de mais não entrego o meu
voto a quem, num ataque à Liberdade da Igreja inaudito desde a Iª República,
chama ao Parlamento o Patriarca de Lisboa e o Presidente da CEP. Só isto
chegaria para não votar nesse partido. Mas para além disso, embora reconheça
que no seu programa há uns pozinhos de causas boas, vem tudo misturado, à
imagem do próprio partido, que quer agradar a todos os descontentes do sistema,
mesmo que para isso tenha de defender tudo e o seu contrário. Para além disso,
para mim em política a forma conta. Nunca gostei do populismo ordinário do Bloco,
não passei a gostar só porque agora é praticado à direita.
Sobra a AD. O que até deveria ser um voto fácil. Tem alguns
candidatos de qualidade, como o Paulo Núncio, a Isabel Galriça Neto ou o
Alexandre Homem Cristo. Mas tem um programa que desanima qualquer pessoa. Um
conjunto de banalidades, sem qualquer ideia política ou cultural de fundo para
o país. O PSD continua a querer ser a governanta do país, que mantém a casa arrumada.
Por isso só governa quando o PS deixa a casa desarrumada. Não duvidemos que se
o candidato do PS fosse da ala de António Costa, com um discurso e um percurso
ao centro, os números das sondagens seriam outros.
Mas tudo somado, voto na AD. Porque a realidade é aquela que
é, e neste momento é urgente tirar a esquerda do poder, e a única forma de isso
acontecer é a vitória da AD. E é preciso estabilidade, e a única forma de isso
acontecer é que a AD tenha força. Sobretudo, porque fazem falta bons deputados
ao país, e fazem falta católicos empenhados na política, e o meu voto será um
voto em Paulo Núncio e em Isabel Galriça Neto (que se tudo correr bem, também
poderá ser eleita). Por isso, vencido pela realidade, mas não convencido pela
timidez do programa, irei votar sem dúvida ou sobressalto na AD.
Somos, decerto, muitos a pensar assim...
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