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segunda-feira, 22 de junho de 2020

Uma mulher verdadeiramente livre.


Sexta-feira à noite recebi várias mensagens sobre uns desenhos animados que tinham passado na RTP2, no Zig Zag (programa infantil), onde contavam a história de uma feminista, que era oprimida pela família católica, que um dia tinha descoberto Marx e tinha-se libertado, tirando os filhos ao marido e promovendo o aborto! E depois como era mesmo livre fundou um lar só para mulheres (um gentlemans club mas com menos glamour suponho eu).

 

Calhou ter recebido estas mensagens enquanto celebrava antecipadamente os seis anos de casado com a minha mulher. Se é verdade que o programa é mau e que merece ser denunciado, confesso que comparando aquela mulher, que precisou de Marx e de promover a morte de crianças para ser livre, com a mulher que estava à minha frente, só consegui sentir uma enorme tristeza. Tristeza por todas as raparigas a quem lhes ensinam que para ser livre, têm que negar a sua individualidade (marxismo) e sobretudo, a sua feminilidade. Que para ser uma mulher livre tem que ver os homens como opressores (excepto Marx claro, esse grande feminista que viveu uma vida à custa da mulher) e uma criança por nascer como uma ameaça. Que para ser mulher tem seguir cegamente a cartilha feminista.


A minha mulher não fez nada destas coisas e parece-me bastante mais livre que a protagonista daquele cartoon. Livremente lutou contra o aborto, livremente ajudou crianças na Zona J, livremente fez voluntariado junto de mulheres com deficiência profunda, livremente foi responsável por grupos de jovens, livremente tirou o curso de educadora de infância e em vez de ajudar mulheres a livrarem-se dos seus filhos ajuda-as a educa-los (e deixem-me dizer que é uma extraordinária educadora). Livremente escolheu casar comigo (um erro, como sempre lhe disse, já que conseguia arranjar melhor, mas como ela é livre, a minha opinião não teve grande impacto) e livremente é mãe. Tudo isto sem precisar de se submeter aos dogmas de um alemão do século XIX.



Sobretudo, a minha mulher é livre porque tem Fé. E é da sua Fé que nasce a generosidade e a liberdade com que olha para o mundo. Não precisou de Marx para ser livre, porque sempre o foi. Também ela vem de uma família católica, e por isso foi educado desde sempre na liberdade cristã. A liberdade de quem se sabe amada por Deus, de quem sabe que o seu valor não depende do mundo, mas de ter sido amada desde o principio do tempo. Por isso não é escrava das circunstâncias, não é escrava de nenhum movimento social ou de um qualquer doutrinador. É livre, e livremente escolheu amar o mundo, e livremente escolheu amar-me (amor pelo qual sou infinitamente grato porque é infinitamente imerecido) e amar os nossos filhos.

 

Comparado a liberdade oferecida em horário nobre às raparigas pela RTP2 com a liberdade da minha mulher, não consigo deixar de ficar triste. Triste porque aquilo que a nossa televisão tem para oferecer às mulheres é tão poucachinho, tão curto, tão menor do que a liberdade que vejo na minha mulher.

 

Não tenho a pretensão de dizer a ninguém como viver a sua vida (a questão do aborto, ao contrário do que querem vender, não se trata da sua própria vida, mas uma outra vida). Mas deixem-me dizer que minha mulher me parece bastante mais livre que Thérèse Clerc, mesmo sem (ou provavelmente por isso) ter lido uma única página de Marx.

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