“Extrema-direita
entra no parlamento da Andaluzia.” Este é o título em mais ou menos todas as
notícias dos jornais portugueses sobre as eleições na Andaluzia. Todos fazem questão
em sublinhar que o VOX (que ontem elegeu doze deputados) é de extrema-direita.
Estranhamente nenhum deles sente necessidade de referir que o Podemos ou a IU
são partidos de extrema-esquerda.
Aparentemente
o VOX precisa sempre do adjectivo de extrema-direita, mas o Podemos, que neste
momento garante o poder a Pedro Sánchez, o Podemos que em paga pelo dinheiro
que recebeu de Maduro continua a apoiar o regime Venezuelano, o Podemos que
quer derrubar a cruz do Vale dos Caídos, que quer fragmentar a Espanha, nunca é referido como de extrema-esquerda.
Esta
desigualdade de critérios não é de espantar. Lembremos que, nas eleições
brasileiras, o presidente eleito era sempre o candidato da extrema-direta, mas
Haddad que tinha como vice Manuela D’Ávila, do PCB, nunca era descrito como candidato
da extrema-esquerda. Trump, presidente democraticamente eleito é sempre
associado à extrema-direita, mas o ditador Maduro nunca é descrito como de
extrema-esquerda. Marine Le Pen, Salvini, Órban são sempre populista de
extrema-direita, Tsipras, Iglésias, Mélenchon nunca são de extrema-esquerda.
A
verdade é que a comunicação social tem sempre muito mais complacência com a
extrema-esquerda do que com a extrema-direita. Pensemos por exemplo que Che
Guevara e Fidel Castro, dois assassinos sanguinários, são ainda hoje tratados
como heróis. Ou para ficarmos por casa, pensemos em Otelo Saraiva de Carvalho,
terroristas condenado em tribunal, que todos os anos é homenageado na nossa
comunicação social.
Só
isso explica que em Portugal o PNR ou o novo partido de André Ventura sejam
sempre tratados como perigosos, mas que o Bloco de Esquerda e o Partido
Comunistas estejam no poder. Aparentemente ser contra a imigração é perigoso,
mas legislar para que crianças de 16 anos mudem de género é bom. Ser contra o
casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma deriva autoritária, mas defender a
nacionalização da economia já não tem problema. Em última instância, ser contra
a União Europeia é bom ou mau, dependendo se quem o diz é Catarina Martins ou
José Pinto Coelho!
Eu
não defendo a extrema-direita. Eu também acho que os jornais têm o dever de
denunciar ideias e comportamentos extremistas. Só quero é que o façam independentemente
do lado da barricada de onde vêm.
Aquilo
a que assistimos hoje em dia na comunicação social é aterrador: qualquer pessoa
de direita que se atreva a falar de nação, de defesa da Vida ou da Família é um
extremista enquanto a esquerda pode defender o que bem lhe apetecer que está a
apenas a derrubar tabus e defender o progresso.
Estou absolutamente de acordo, e muito mais pessoas estão,o pior é que quando vao votar,o bolso fala mais alto.
ResponderEliminarMuitíssimo bem apanhado e explicado.
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