"Nem todos tiveram a sorte
de ter um pai como o João" disse Monsenhor Luigi Giussani sobre o Padre
João Seabra.
Eu, graças a Deus, tenho a sorte
de ser seu sobrinho pelo sangue e, uma graça ainda maior, de ser seu filho na
fé.
Hoje o Padre João faz 40 anos de
ordenação. Os frutos destes anos são incontáveis e só no Céu os haveremos de os
conhecer a todos. Alguns deles são bastante visíveis: o seu empenho na luta
contra o aborto e na presença política dos católicos, o Colégio de São Tomás, Comunhão e Libertação, o seu papel como
canonista, etc. Mas muitos deles só ele os conhece e outros nem ele os conhece.
Porque a sua vida foi totalmente
entregue a Cristo. Para o Padre João a finalidade de viver é ganhar almas para
Cristo. Por isso dizia que há frutos que nem ele conhece, porque ele vai
semeando, semeando, semeando por onde quer que passe, com quem quer que se
cruze.
E isso é o
que me comove mais neste grande homem. Evidentemente que aprecio a sua
inteligência, a sua oratória, o seu fino humor, a sua enorme coragem, a
tenacidade diante de qualquer circunstância. Mas a sua grandiosidade é que
submete todas estas qualidades a Jesus. Toda a sua genialidade está ao serviço
do Reino de Deus.
Por isso a
sua inteligência nunca é fechada, mas aberta à realidade. A sua oratória nunca
é mera retórica, mas anúncio da Verdade. O seu humor nunca é vexatório, mas
animador. A sua coragem nunca é bravata, mas sinal de quem já entregou a sua
vida a Jesus. A sua tenacidade não é casmurrice, mas consciência da urgência de
anunciar Cristo. Sobretudo, as suas enormes qualidades nunca se transformam em
soberba, mas em caridade para com todos aqueles com quem se cruza.
Assim foi
comigo uma vida inteira. Assim é comigo. Na minha vida Cristo tem um rosto
concreto e esse rosto é o do Padre João. Por isso hoje agradeço a Deus essa
graça que concedeu à Igreja, a Portugal e ao mundo há quarenta anos. Agradeço
sobretudo a graça que me concedeu a mim de ter um pai como o Padre João.
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