O presépio sempre me comoveu e desde que me casei, e passámos a ter o “nosso” presépio, que tento todos os anos ir acrescentado peças. O resultado é uma salganhada de peças, umas tradicionais portuguesas, outras compradas no Corte Inglês (a única grande superfície que ainda vende peças de presépio) e algumas da loja do chinês.
Evidentemente que o resultado é bastante pouco histórico. Duvido que em Belém houvesse uma Igreja, senhoras vestidas de camponesas portuguesas ou um homem de fartos bigodes a oferecer um bacalhau ao Divino Infante. Mas o ponto do presépio não é ser histórico, mas sim ajudar-nos a fazer memória desta tão grande ternura de Deus.
A beleza do presépio é ajudar-me a fazer memória de que Deus se fez carne, fez-se um bebé, como qualquer um de nós. E esta figuras do presépio, que nos são mais familiares a nós do que à Judeia do tempo de Jesus, tornam-me o Natal mais familiar. Porque o Natal é, ao mesmo tempo, acontecimento histórico, que aconteceu na História, num momento e local concreto, e completamente sobrenatural: Deus Todo-o-Poderoso fez-se Homem. Por isso aconteceu concretamente àqueles pastores, mas acontece a cada pessoa que acolhe Jesus. Porque Deus fez-se Homem para cada um de nós.
Por isso o presépio, com a sua lavade
ira saída de uma aldeia portuguesa do meio do século passado e o seu castelo medieval, recorda-nos que o Natal aconteceu no tempo e ao, mesmo tempo, na Eternidade. Ao mesmo tempo carnal e sobrenatural.
ira saída de uma aldeia portuguesa do meio do século passado e o seu castelo medieval, recorda-nos que o Natal aconteceu no tempo e ao, mesmo tempo, na Eternidade. Ao mesmo tempo carnal e sobrenatural.
Para mim este é o valor do presépio. Que, aliás, é o paradoxo do cristianismo: umas imagens baratas, de barro e resina, toscas e mal pintadas, são sinal e presença de Deus. É verdade sobre as figuras do presépio e é verdade sobre mim.
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