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domingo, 9 de julho de 2023

JMJ: uma oportunidade de conversão

 


A Jornada Mundial da Juventude é um acontecimento extraordinário. Participei em duas (em Colónia e em Madrid) e não conheço nada que se pareça. São ruas e ruas cheias de jovens em festa, de todas as partes do mundo. Miúdos de todo o mundo, com uma enorme diversidade de gostos, de dons, de carismas. E essa diversidade expressa-se nas catequeses, nas exposições, nos concertos, nos milhares de eventos que acontecem durante a semana que culmina com a Vigília e a Missa de Encerramento com o Papa.

Toda esta multidão de jovens na rua são um espetáculo extraordinário. E tudo isto se passa numa serenidade, numa alegria, numa paz que não é habitual numa multidão tão grande.

Mas para que se faz a JMJ? É que organizar um evento assim dá uma enorme trabalheira a milhares de pessoas. Já não falo do dinheiro gasto, mas dos milhares de pessoas que dão o seu tempo pela JMJ. Tudo isto para quê?

A resposta é dada por São João Paulo II logo na primeira JMJ - “A Jornada Mundial da Juventude significa precisamente isto: sair ao encontro de Deus, que entrou na história do Homem através do Mistério Pascal de Jesus Cristo. E Ele quer encontrar-vos primeiro a vocês, jovens. E a cada um quer dizer: segue-me!”

A JMJ não é apenas um belo encontro de jovens, um mega-acampamento de Verão, um festival para meninos bem-comportados. Nem sequer um encontro de jovens bem-intencionados que quer mudar o mundo. Isso, a acontecer, é tudo consequência. A JMJ, como tudo aquilo que a Igreja faz, existe para testemunhar Cristo presente.

Por isso, a grande beleza da JMJ é a oportunidade de conversão que oferece a cada um. Ou seja, a oportunidade de responder ao convite de Cristo: segue-Me!

Tudo o resto é manifestação da conversão a Jesus. Toda a beleza, toda a alegria, toda a felicidade que se vive na JMJ são manifestação do encontro de Cristo. E existem para que cada um que peregrina até à JMJ tenha a oportunidade de converter o seu coração Àquele que é fonte de toda a Beleza, de toda a Alegria e da Felicidade Eterna.

Eu sei que atualmente as pessoas não gostam de falar de conversão. Vivemos no tempo do relativismo, onde dizemos que tudo é igual. Mas eu não posso acreditar que Jesus é Deus feito carne e depois não desejar que os outros o conheçam. Se eu encontrei Aquele que responde a todas as exigências do meu coração, como posso querer que os outros não o conheçam? Para um cristão não desejar a conversão dos outros só pode ser uma de duas coisas: ou falta de caridade ou falta de fé! Ou não desejo o bem do outro, ou não acredito que Jesus é quem diz que É.

A JMJ, em toda a sua grandeza, é assim uma oportunidade única de obedecer ao mandato evangélico que Jesus nos deixou “ide por tudo o mundo e anunciai o Evangelho”. É evidente que daqui até à JMJ, e durante a própria Jornada, haverá coisas que nos incomodam, com as quais não concordamos. Iremos ouvir os maiores disparates, e uma tentativa de reduzir este ímpeto de São João Paulo II a uma experiência mundana, tornando a Igreja numa ONG. Mas não desperdicemos esta oportunidade. Esta oportunidade ante de mais para nós, que vivemos em Portugal. Oportunidade de conversão do nosso coração a Jesus, que se manifesta neste povo imenso que vai encher Lisboa. Mas também a oportunidade de anunciar Jesus a centenas de milhares de jovens.

A Igreja é uma realidade divina, que vive numa realidade humana. Uma realidade humana cheia de limites e imperfeições. Não nos deixemos por isso chocar com os limites alheios, venham de onde vierem, e coloquemos o olhar em Cristo.

Como nos ensinou São João Paulo II, não tenhamos medo de escancarar as portas a Cristo.

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