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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

É Natal, festejemos!



Gosto muito do Natal! Gosto das músicas, da árvores de Natal, dos enfeites, dos presentes, de tudo. Até começo a gostar um pouco do Pai Natal! A única coisa com que embirro no Natal é os típicos ralhetes sobre os excessos que se cometem nesta altura e o discurso moralista, sempre com um certo azedo, sobre o “verdadeiro sentido do Natal”.

Claro que reconheço que nesta altura se cometem muitos excessos: muita comida, muitas festas, muitos presentes. Mas a verdade é que o Natal é em si mesmo um excesso, talvez o maior de todos os excessos: Deus encarnou! Deus fez-se um bebé. Usou fraldas, teve cólicas, bolsou! E fez tudo isto para me poder salvar a mim. Haverá excesso maior do que este? E será possível conter a alegria, evitar levá-la ao excesso, quando celebramos o nascimento do Deus Menino?

Bem sei que muitos festejam o Natal sem pensarem em Jesus. Falam da magia do Natal, da festa da família, de um tempo de partilha. Mas essa é a beleza do Natal: é um facto, quer as pessoas se lembrem ou não do nascimento do Deus Menino. É um acontecimento de tal maneira portentoso, que marca de tal maneira a história, que até aqueles que não conhecem Jesus, ou que não o querem conhecer, festejam o seu nascimento. A luz de Belém irrompe as trevas e ilumina toda a terra. Não me espanta ou preocupa que todos a festejem, mesmo os que não conhecem a origem da luz.

E o Natal é daqueles mistérios que quanto mais nos debruçamos a contemplar maior é o espanto pela infinita ternura de Deus. Um Deus feito carne. O Todo o Poderoso que se fez completamente dependente. O Omnipresente que não tinha lugar na hospedaria. O Rei dos Reis numa corte de pastores. Aquele que criou todas as coisas, que se faz filho de uma rapariga de Nazaré e assim a torna Mãe de Deus! Como é possível que o Mistério de Natal não nos deixe a transbordar de alegria e de gratidão?

Por isso a mim incomoda-me apenas os ralhetes moralistas sobre o Natal. Daqueles que vivem o Natal amargurados com o consumismo, com o Pai Natal ou com as Boas-festas. Deixem-me dizer que se o verdadeiro Natal é passar todo o tempo a ralhar porque se fala pouco do Menino Jesus, então não estou interessado! E é pouco provável que alguém acredite quando dizemos que Deus se fez homem se isso se traduz numa amargura e não numa alegria inebriante. Porque se é verdade que aquele Menino no Presépio é Deus, então como é possível não estar alegre? Se o próprio Deus irrompe na escuridão e vem ao nosso encontro, como é possível não exultar?

Há muito tempo para a tristeza, para o sacrifício e para a ascese. O Natal é tempo de alegria e de felicidade. Porque o povo que andava nas trevas viu uma grande luz, um menino nos foi dado, um filho nasceu para nós. Será chamado Deus grande, Pai eterno, Conselheiro admirável, Príncipe da Paz! Por isso festejemos!

1 comentário:

  1. Brilhante! É mesmo isso. Jesus não fez meia-pipa de vinho leve, nas bodas de Canaã. Festejemo-Lo na alegria dos filhos de Deus, e partilhemos essa festa sem complexos. Bravo, e Santo Natal ao autor

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