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quarta-feira, 11 de março de 2020

Sem histerismo nem facilitismo: a serenidade da Fé.








Confesso que tenho estado perante este surto do Covid-19 com uma sensação mista de incredulidade e algum desânimo. Ao contrário de tanta gente que leio nas redes sociais, não consigo ter grandes certezas sobre o tema. Não sei se as escolas deviam ou não fechar, se o país devia ser posto em quarentena. Não alinho no histerismo, mas também não partilho da opinião de que isto é tudo culpa da comunicação social.

É evidente que estamos diante de algo grave, quanto mais não seja pelo pouco que se sabe sobre este vírus. E se o histerismo não nos leva a lado algum, é importante a prudência. Se de facto não for assim tão grave, só teremos perdido alguns dias com constrangimentos. Se o caso for realmente grave, então provavelmente daremos esses constrangimentos por bem empregues.

Também tenho assistido a muita zanga com este tema. Zanga com o Governo, com a DGS, com as pessoas que vão à praia, com as pessoas que compram demasiado papel higiénico. Também não consigo partilhar dessa zanga. Toda esta situação é demasiado nova, demasiado desconhecida, tem demasiadas variáveis. É normal que haja desorientação nos governantes. É normal que as pessoas não saibam reagir. E se este vírus vai sem dúvida afectar a vida social (já ninguém se atreve a abraçar amigos, quanto mais um desconhecido), acrescentar a esse afastamento zangas e acusações não me parece útil. Sim, também vi as fotografias das praias cheias. E sim, também acho inconsciência. Mas sejamos honestos: quantos de nós temos levado completamente a sério todas as indicações médicas contra a propagação do Convid19? Eu confesso que só há dois dias é que comecei a lavar as mãos mais vezes do que o costume.

Sobre este tema não tenho qualquer opinião ou conselho para dar que seja útil. E a verdade é que a maior parte das pessoas que dá opiniões sobre o tema também não. Há esta necessidade de ter e exprimir opinião sobre todos os assuntos. Parece-me que nesta crise tal necessidade só tem trazido confusão. A opinião que conta, e que devemos seguir, é a dos especialistas.

A verdade é que estamos impotentes diante desta ameaça. Pouco ou nada podemos fazer para a travar. Resta-nos por isso o supremo acto de humildade que é pedir. Pedir Àquele que tudo pode. Pedir para que ilumine os nossos Governantes. Para que dê forças aos nossos médicos e enfermeiros que estão à beira de uma batalha imprevisível. Pedir pelo nosso país. Pedir pelos que estão doentes e pela alma dos que já morreram.  E virar o olhar para Maria Santíssima, Consoladora dos Aflitos, Saúde dos Enfermos, Auxílio do Povo Cristão.

Poucas orações me consolam tanto como a oração de São Bernardo de Claraval a Nossa Senhora. Que a certeza da Fé nos ajude e sustente neste tempo de tribulação a não ceder ao medo e ao desespero.

Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria,
que nunca se ouviu dizer
que algum daqueles
que têm recorrido à vossa protecção,
implorado a vossa assistência,
e reclamado o vosso socorro,
fosse por Vós desamparado.
Animado eu, pois, de igual confiança,
a Vós, Virgem entre todas singular,
como a Mãe recorro,
de Vós me valho e,
gemendo sob o peso dos meus pecados,
me prostro aos Vossos pés.
Não desprezeis as minhas súplicas,
ó Mãe do Filho de Deus humanado,
mas dignai-Vos
de as ouvir propícia
e de me alcançar o que Vos rogo.

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