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sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Não um católico não pode votar à esquerda e um jornal católico não deve dizer que pode!




O ponto SJ, portal oficial dos Jesuítas, num especial sobre as eleições legislativas publicou um artigo sobre as razões de um católico para votar na esquerda. 

Se no plano teórico tal possibilidade ainda pode ser defensável (dificilmente), no plano bastante prático das eleições legislativas de 2019 não é. Um católico não pode em consciência votar em nenhum dos partidos da esquerda. Votar na esquerda é votar na eutanásia, é votar no provável alargamento dos prazos do aborto, é votar nas barrigas de aluguer, é votar na ideologia de género nas escolas, é votar na legalização das drogas leves e da prostituição.

Bem sei que estes não os únicos assuntos relevantes para os católicos decidirem o seu voto. Mas a defesa da Vida e da Dignidade da pessoa Humana não sendo o único tema é sem dúvida o mais importante e o mais estruturante de uma sociedade. Por isso não é licito aos católicos votarem em partido que não respeitam este principio.

Sobre isto não me alongo mais. Aconselho vivamente quer a carta pastoral que a Conferência Episcopal emitiu sobre o tema, quer o artigo do Pedro Morais Vaz no Observador, onde o assunto do voto dos católicos está explicado de maneira claríssima.

O que realmente me preocupa é ver que, em nome de uma suposta abertura ao mundo e à diversidade de opiniões, ser cada vez mais comum realidades da Igreja darem voz a quem defende posições contrárias à Fé.

O primeiro dever de um católico é testemunhar a Verdade. E isto é aplica-se também para órgãos de comunicação católicos. Não se pode ser de Cristo e depois viver como se todas as opiniões fossem iguais.

Evidentemente que dentro da Igreja, sobre diversos temas, há opiniões e visões e diferentes. Mas também é evidente que um católico não pode, sem mentir, defender opiniões contrárias à doutrina da Igreja.

O diálogo com o mundo não se faz ignorando a Verdade, mas confrontado o mundo com a Verdade de que somos testemunhas. Não cabe aos católicos dar voz ao erro, cabe aos católicos lançar a luz da Verdade sobre o erro.

Por isso aqueles que pertencem à Igreja não devem ser a voz de quem defende posições contrárias à Doutrina.  Mesmo que essas pessoas sejam católicas. Se um católico defendo algo contrário à Fé, espera-se que do portal de um ordem religiosa que o corrija, não que o promova!

E não se trata de silenciar ninguém. Não há em Portugal falta de locais onde quem defende o aborto, a eutanásia, a ideologia de género se expressar. Nem eu estou a defender que essas pessoas devam ser silenciadas. Simplesmente não é razoável que exponham os seus erros em páginas católicas, em encontros católicos e ainda menos em altares de igrejas!

Bem sei que o Ponto Sj deixa claro que as opiniões dos autores não reflectem a opinião da Companhia de Jesus. E não tenho dúvidas disso. Mas também não tenho dúvidas que o Ponto Sj jamais publicaria um artigo onde fosse defendido a morte dos homossexuais ou o linchamento dos negros, ou a apologias de partidos que defendessem tais medidas. Não é por isso compreensível que permita um artigo onde se apela ao voto em partido que defendem a morte de bebés por nascer ou de pessoas em fim de vida.

Qualquer católico, mas ainda mais, qualquer ordem religiosa, movimento, paróquia, ou membro da hierarquia da Igreja tem especial responsabilidade de zelar pela alma daqueles que o seguem. Esse dever não pode ser escondido atrás de um qualquer desejo de diversidade ou de diálogo. Se todos têm lugar na Igreja, os seus erros e mentiras não têm. É por isso triste que a coberto de um falso diálogo e de uma falsa diversidade se propaguem erros e mentiras que poderão levar os mais incautos a votar em quem defende o contrário da Igreja.

4 comentários:

  1. Obrigado. Muito esclarecedor. Concordo plenamente. Obrigado

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  2. Espanta-me que o portal da Companhia de Jesus veicule a posição em questão porquanto hoje mais do que nunca se torna ser claro e conforme a Doutrina da Igreja

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