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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Caminhada Pela Vida: Um desafio aos católicos.




No centro do drama da eutanásia está a ausência de Cristo. Sem Ele o outro só me interessa na medida em que me corresponde sentimentalmente, ou na medida em que me é útil.

É Jesus quem nos ensina que não basta amar os nossos amigos (ou seja não basta amar aqueles que nos amam, aqueles que nos são queridos) mas que é preciso também amar os inimigos. É preciso amar o outro, quem quer que esse outro seja.

Numa sociedade da qual Cristo foi banido, ou então reduzido a mais um guia espiritual cheio de bons conselhos, sobra o egoísmo. Por que sem Ele o egoísmo é a posição mais razoável. Porque devo gastar o meu tempo, o meu dinheiro, a minha energia com quem não me pode retribuir? Ou pior ainda, com quem me quer mal?

É Cristo quem introduz em nós a consciência de que o outro é um bem para mim. O outro que Deus coloca na nossa vida é instrumento do desígnio de Deus para nós.

Por isso quando alguém se encontra numa tal dor, de tal maneira destruído pelas circunstâncias, que pede a morte, um cristão não pode não se sentir impelido a ajudá-lo. Para nós não chega descartar o problema com uns comprimidos ou uma rápida injecção. Aquele homem, doente e em sofrimento, é o próprio Cristo que pede que o amemos.

Ao drama da eutanásia, das ideologias que propõem o homicídio dos doente como resposta ao sofrimento, não basta contrapor uma outra ideologia. É evidente que a eutanásia é também um problema político e precisa de uma resposta política. Mas a questão é mais profundo do que isso. À sociedade que propõe a eliminação de quem sofre só podemos responder com o testemunho daquele que dá sentido ao sofrimento. À sociedade que quer abandonar quem sofre só podemos responder com o testemunho de quem deu a vida por cada homem.

É urgente antes de mais dar testemunho da presença de Cristo, aquele que é capaz de responder ao drama humano. Às teorias ideológicas o cristão deve responder com a atractividade da presença de Jesus.

É para isto que fazemos a Caminhada Pela Vida. Dia 4 de Novembro, em Lisboa, no Porto e em Aveiro não vamos sair à rua para nos manifestarmos, para medirmos forças com o "adversário". Saímos à rua para testemunhar essa presença que transforma o outro num bem para mim.

Há momentos onde não é possível a um cristão ficar escondido em casa, vivendo a sua fé no silêncio do seu quarto ou na comodidade das suas relações familiares. Momentos onde é preciso ir para a praça e anunciar publicamente a presença de Jesus. Este é um desses momentos.

Numa altura onde a sociedade grita que há vidas que são menos dignas, que há vidas que são descartáveis, é urgente vir dar testemunho de que Toda a Vida Tem Dignidade. É isto que é a Caminhada Pela Vida.

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