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segunda-feira, 7 de outubro de 2024

A coragem da paz



Há um ano a esta parte agudizou-se a sensação de que era preciso estar com Israel ou com a Palestina. Criou-se um ambiente onde parece que não é possível condenar os actos bárbaros do Hamas em 7 de Outubro e ao mesmo tempo condenar a forma como Israel tem respondido a esses ataques.


Mas a verdade é que é possível. É perfeitamente possível reconhecer que o Hamas é um grupo terrorista, que os ataques de 7 de Outubro foram totalmente bárbaros, que o Hezbollah é outro grupo terrorista, que Israel tem direito, não apenas a existir, mas também a defender-se, e ao mesmo tempo condenar a terraplanagem de Gaza, a invasão do Líbano e defender o direito dos palestinianos a um Estado só seu.

É possível defender a paz e a justiça para judeus e árabes, sem ficar preso nas barricadas ideológicas. É possível estar do lado da paz e não do lado de um dos contentores.

O problema na Terra Santa é já antigo, e ambos os lados têm razões de queixa. Ambos têm imensas razões e nenhuma delas justifica as atrocidades que ambos os lados têm praticado. E não vale a pena justificar os actos de Israel dizendo que o Hamas é pior: claro que faz, é um grupo terrorista, Israel é um Estado, mas seria melhor se se comportasse do mesmo modo. A única solução para o conflito na Terra Santa é a Misericórdia e o Perdão, para que judeus e árabes possam viver em paz e justiça na terra onde vivem.

Respondendo ao apelo do Patriarca Latino de Jerusalém, o valente Cardeal Pizzaballa, o Papa Francisco convocou um dia de jejum e oração pela paz. É preciso coragem para defender a paz e ainda mais para a construir. É mais fácil escolher um lado da barricada e defender esse lado até ao fim. Mas o resultado dessa política está à vista: morte, destruição e guerra. Por isso tenhamos a coragem também nós de construir a paz.

Rezemos por isso à Rainha da Paz, para que através do Seu Filho, o mundo conheça a paz, especialmente na terra em que Ele escolheu habitar.