quarta-feira, 1 de maio de 2019

Passadeiras: para servir o Homem ou a Ideologia?



Em democracia todos os Homens são iguais em Direitos e Dignidade. E ao Estado cabe zelar porque esses direitos e essa dignidade sejam respeitados. Por isso um Estado democrático não pode admitir que alguém seja discriminado pela suas preferências sexuais ou pelos seus comportamentos (partindo evidentemente da premissa que são entre adultos e consensuais).

Ao Estado só deve importar os factos que têm relevância social. Por isso se interessa pela união estável entre homem e mulher com o fim de constituir família, mas já não se preocupa com duas irmãs que criam um sobrinho órfão ou uma "afilhada". Por isso se interessa pelo destino das crianças que por alguma razão ficaram privadas de família. Nada disto tem qualquer relação com afectos ou preferências sexuais, é o simples regular de situações que tem relevo para a sociedade.

Infelizmente os grupos LGBT  pretendem impor uma visão diferente do Estado. Um Estado que regula afectos, que sobrepõe o interesse dos adultos que querem adoptar ao das crianças. Um Estado que use a escola pública para doutrinar sobre a sua visão da sexualidade. Um Estado que se sobrepõem aos pais dos menores quando estes querem mudar de sexo. Um Estado que sobrepõe a ideologia à ciência ao permitir mudanças de sexo sem parecer médico ou que não permite aos médicos tratar crianças intersexo.

A bandeira do arco-iris não é por isso símbolo de respeito e inclusão, é simbolos de movimentos que pretendem impor a sua ideologia a toda a sociedade. É símbolo de Isabel Moreira quando chama homofóbico a quem discorda do casamento entre pessoas do mesmo sexo. De Mariana Mortágua e Daniel Oliveira quando pretendem silenciar um deputado que se insurge contra palestra por grupo LGTBI a crianças de 11 anos. De Paulo Corte Real e da ILGA que perseguem Ricardo Araújo Pereira por dizer uma piada sobre "maricas". É símbolo por isso da repressão e do pensamento único da esquerda.

Ser da direita descomplexada é saber precisamente distinguir entre o respeito pelas preferências e as escolhas das pessoas e grupos ideológicos totalitários. É respeitar dois homens que vivem juntos e adoptaram uma criança (mesmo discordando do seu comportamento) mas não ceder diante de quem quer impor a toda sociedade que é igual ter pai e mãe ou ter dois pais. A Direita descomplexada respeita as pessoas, mas não tem medo de afirmar as suas ideias.


Evidemente que este texto surgiu por causa do disparate das passadeiras com arco-íris sugeridas pelos eleitos do CDS em Arroios. O assunto tem a importância que tem: são dois eleitos numa freguesia. Mas serve para reflexão. Serve para nos lembrar que o CDS sempre distinguiu o respeito pelas pessoas concretas de grupos ideológicos totalitários. Como aliás se pode ver na carta de princípios: "O homem é explorado, a qualquer nível, quando é sujeito ao exercício tirânico da autoridade ou a imposições abusivas de minorias activistas". É bom por isso que os eleitos do CDS de Arroios, assim como todos aqueles que rapidamente vieram em seu socorro diante do seus disparate, não se confundam: aquilo que foi aprovado em Arroios não foi o respeito pelo outro, foi a exaltação de uma ideologia com pretensões tão totalitárias como a daqueles que apedrejaram o Palácio de Cristal.

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