Afirmou
ontem António Costa que Passos Coelho é “uma pessoa menos alegre”, ao contrário
dele e de Mário Centeno, que pelos visto também é muito alegre. Isto lembra um
artigo de Catarina Martins onde explicava que preferia um médico que sorria a
um médico com boas notas.
Assim
pudemos ver aquele que é um dos maiores problemas da esquerda: o irrealismo.
Para a esquerda, especialmente aquela que nos governa, os problemas são sempre
questões de narrativa. O problema é que a direita é tristonha, austera, sempre
pronta a apontar os problemas. Pelo contrário a esquerda é alegre, gastadora e
não liga qualquer importância aos problemas.
O
mundo da esquerda é o mundo da aparência, criado pelos jornais e pelos opinion makers. A esquerda vive do humor
popular ditado pelos jornalistas.
Enquanto
houver dinheiro para gastar, enquanto o Salvador Sobral ganhar a Eurovisão,
enquanto o Benfas for campeão, nada há a temer. Basta sorrir e acenar. Se alguém
por acaso vier dizer que as coisas não estão bem a resposta é simples: é
pessimista, está ressabiado, é pouco alegre, etc., etc., etc… Até toda a gente
se esquecer da pergunta.
O
problema é que não é só Passos Coelho que é menos alegre que o Primeiro-Ministro, a realidade também o é. Depois de uma profunda crise e de uma duríssima recuperação, o
país começa a agora a recuperar. Alavancada pelo turismo, pelos vistos gold, pela recuperação
imobiliária permitida pela nova lei das rendas, a nossa economia recomeça a
ganhar vida.
Mandaria
a prudência que não se deitasse tudo fora em nome da “alegria”. Infelizmente, a
esquerda que nos governa está mais interessada nas eleições do que no país. Por
isso prefere fingir que tudo está tudo bem com cara alegre para ganhar eleições, do
que governar para o bem do país de cara sisuda.
O
resultado já sabemos qual é: depois de toda a alegria da esquerda acaba o
dinheiro. E logo estará aí a direita, menos alegre e mais sisuda, para tapar outra
vez o buraco da “alegria”.
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