terça-feira, 30 de maio de 2017

Frei Bento Domingues: Honni soit qui mal y pense.






Conta a lenda que Eduardo III de Inglaterra, durante um baile em que dançava com uma das suas noras a quem caiu uma liga, apanhou a do chão, colocou-a na sua perna e, perante o coro de maledicência que se tinha formado, afirmou “Honni soit qui mal y pense” ou seja, “tenha vergonha que vê mal nisto”. De seguida afirmou que aquela liga ainda haveria de ser desejada por muitos. Assim nasceu a Ordem da Jarreteira, a mais antiga e prestigiada ordem de cavalaria inglesa.

Lembrei-me desta história ao tomar conhecimento de um artigo escrito por frei Bento Domingues no jornal Público. Para algum leitor mais distraído, que ainda não tenha tomado conhecimento de quem é o autor em questão, fica uma breve explicação:

Frei Bento é um frade Dominicano que deve a sua fama ao facto de, há décadas a esta parte, atacar a Igreja em qualquer palco que lhe concedam. Munido de uma enorme capacidade de debitar fórmulas vazias que tanto agradam ao mundo, frei Bento dedica-se a tentar reduzir a Igreja ao seu olhar mundano e limitado.

A fama deste frade vem, não da sua santidade ou inteligência, mas simplesmente porque é o critico de serviço. Sempre que há algum tema relacionado com a Igreja, lá estará frei Bento pronto para o ataque. Para ele o critério nunca é a Fé da Igreja, que é a Fé em Jesus, mas sempre e apenas a sua cabeça, que aparentemente se ficou por 68.

Esta semana decidiu então este senhor escrever um artigo a armar intriga contra o Papa emérito. No dito artigo, para além de debitar mentiras e insultos a Bento XVI, frei Bento “escandaliza-se” (ele que não se escandaliza com a morte de uma criança no ventre materno…) porque o Papa emérito não só escreveu o prefácio de um livro do Cardeal Sarah, perfeito para a Congregação do Culto, nomeado há dois anos pelo Papa Francisco, como ainda por cima o elogia e agradece ao Papa por o ter nomeado.

Daqui, frei Bento, imerso nos seus esquemas mundanos de lutas de poder, retira toda uma intriga digna de uma dessas modernas e tontas séries de politica.

Claro que para o dominicano, que vê as coisas não pelos olhos da fé mas com os olhos da sua própria mesquinhez, o Papa Bento XVI estaria a fazer o que ele faria se estivesse na sua posição (claro que frei Bento nunca estaria na posição do Papa emérito, porque jamais teria largado o poder de forma humilde e voluntária).

O problema é que o Papa Bento XVI, assim como o Papa Francisco, não se movem pelos critérios de frei Bento, que são os critérios do mundo, mas pelo amor a Cristo e à Igreja. E isso, o frade comentador nunca seria capaz de compreender.

A vergonha não está seguramente no Papa emérito, que é mais fiel ao Papa Francisco do que frei Bento alguma vez será. A vergonha está neste mísero frade, incapaz de olhar para a realidade sem ser com a mesquinhez que lhe tolda o juízo.

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