domingo, 24 de março de 2024

Crianças na Missa: não há nada a fazer

 



Um dos temas recorrentes para os pais católicos é as crianças na missa. Mais especificamente, como conseguir que as crianças se interessem pela missa, que no fundo expressa a preocupação de como conseguir que os nossos filhos se interessem pela Fé.

Conforme os meus filhos vão crescendo e me vão surpreendendo com a sua piedade, convenço-me que esta minha preocupação é uma pretensão. No fundo, eu acho que tenho alguma coisa a acrescentar à missa e será essa minha ideia que há de a tornar atrativa para os meus filhos.

A experiência mostra-me que não há nada que eu, ou outra pessoa já agora, possa acrescentar que torne a missa mais interessante para os miúdos. As músicas irão sempre ser menos divertidas que as do Pando, os teatros menos interessantes que os da escola e dá muito mais jeito desenhar em casa que no banco da Igreja.

Se há uma coisa que a experiência me ensinou é que a única coisa interessante na missa é Cristo. A única coisa que realmente atrai na missa, que de resto é a única coisa que interessa na Fé, é que Deus se fez homem, nasceu nas palhinhas, pregou, fez milagres, foi preso, torturado e humilhado, morreu na Cruz, ressuscitou e faz-se presente misteriosamente nesta companhia que é a Igreja e carnalmente na Eucaristia. E este facto, que é aquilo que a mim me atrai na Igreja, é o mesmo facto que atrai os meus filhos. E até os atrai mais, porque têm um coração mais puro do que o meu.

Por isso a única coisa que preciso de fazer é ajudar os meus filhos a estarem atentos na missa, ensinar-lhe as orações com que eu mesmo fui educado, falar-lhes das Escrituras. Sobretudo, preciso eu próprio de viver a sério a Fé. E assim, pela graça de Deus, eles vão crescendo em Fé e Piedade. Repetindo os gestos que nos vêm fazer, repetindo as orações que rezam connosco, vivendo a Fé que nós vivemos. E como em todas as relações de amor, também a relação entre eles e Jesus irá crescendo e amadurecendo, tal como nos aconteceu a nós.

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