A campanha para as europeias tem sido miserável.
Mais do que qualquer ideia para a Europa tem-se discutido as pequenas tricas nacionais.
Ideias poucas ou nenhumas, tudo se resume à picardia do momento.
Muito disto é culpa de António Costa que, para
esconder a mediocridade do seu candidato (seriamente, penso nunca ter visto
nada tão mau em política) veio a terreno transformas estas eleições num teste
ao governo, com a novela de má qualidade dos professores pelo meio. Como para o
PS a política é narrativa (o que se torna possível com a total complacência da
comunicação social), a campanha socialista vive da história que inventou sobre
a sua própria governação.
Infelizmente os partidos da direita demonstram-se
incapazes de deixar Costa a falar sozinho. Aceitam ir a jogo no tabuleiro
completamente inclinado do PS e acabam derrotados no jogo em que Costa é
mestre.
Aliás tem sido esse o grande problema do CDS, não
apenas nas Europeias, mas desde o último congresso: em vez de apresentar as
suas ideias e o belíssimo trabalho que tem feito, prefere entrar na batalha da
narrativa socialista. Resultado: o que faz de bom (o trabalho no parlamento e
as ideias que defende) ninguém sabe, o que faz mal (porque para brincar as
narrativas é preciso uma capacidade de mentira e manipulação que o CDS
felizmente não tem) não resulta.
O problema do CDS não é de substância, é de
comunicação. Tem apostado numa comunicação contra o governo (que tem muito para
criticar) mas sem promover as suas próprias ideias e sobretudo o trabalho que
tem feito.
Como o problema é de comunicação e não de
substância (ao contrário do PS que é todo comunicação e zero de substância)
vale a pena votar no CDS.
Primeiro porque o CDS é o partido que realmente
defende a centralidade da pessoa na política: defende a Vida, a liberdade de
educação, menos e melhor Estado, mais liberdade económica, menos asfixia
fiscal. Este ideal, da pessoa concreta, com todos a dignidade que lhe é
própria, é essencial numa Europa cada vez mais centralizadora, mais ideológica,
apostada em apagar a história do continente em prol de uma nova ideologia que
procura impor contra a vontade dos povos.
Em segundo porque o CDS é europeísta, mas também
patriótico. Defende a cooperação europeia, mas uma cooperação de Estados. O CDS
defende uma Europa solidária e forte, construída por Estados que decidem
colaborar entre si. E uma Europa que perceba que a diferença entre os Estados
não é uma fraqueza mas uma força.
Em terceiro porque o CDS propõe uma política
responsável para o problema da migração. Distinguido refugiados de migrantes.
Acolhendo os primeiros sem dúvida, sujeitando os segundos às leis de emigração.
É uma irresponsabilidade deixar o problema da migração aos partidos populistas,
como se só houvesse duas possibilidades: fechar totalmente as fronteiras ou
então abolir as fronteiras. O problema é complexo, merece uma resposta
complexa, e como disse Nuno Melo, os partidos responsáveis têm que falar sobre
o tema.
Em quarto lugar, porque Nuno Melo é um bom candidato,
com provas dadas na Europa. É um conservador sem medo de o ser e sem pedir
licença para o ser. Num tempo em que a direita tem cada vez mais medo de se
assumir como tal, a frontalidade de Nuno Melo é muito importante. Para além
disso tem Pedro Mota Soares como segundo da lista. Um homem que foi um belíssimo
Ministro da Segurança Social, que claramente sabe o que é a subsidiariedade,
que claramente defende um Estado que apoia mas não se substitui aos corpos
intermédios da sociedade.
Poderia aqui falar do mérito das outras
candidaturas, porque me parecem menos boas que a do CDS. Contudo, voto CDS por
mérito próprio da candidatura, não contra os outros.
Por tudo isto não tenho dúvidas em votar CDS nas
próximas eleições. Mesmo sabendo, e desejando, que melhore, é a melhor
alternativa para o país (porque as eleições são europeias, mas tem impacto no
país).
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