quinta-feira, 23 de maio de 2019

Porque votarei CDS nas Europeias.




A campanha para as europeias tem sido miserável. Mais do que qualquer ideia para a Europa tem-se discutido as pequenas tricas nacionais. Ideias poucas ou nenhumas, tudo se resume à picardia do momento.

Muito disto é culpa de António Costa que, para esconder a mediocridade do seu candidato (seriamente, penso nunca ter visto nada tão mau em política) veio a terreno transformas estas eleições num teste ao governo, com a novela de má qualidade dos professores pelo meio. Como para o PS a política é narrativa (o que se torna possível com a total complacência da comunicação social), a campanha socialista vive da história que inventou sobre a sua própria governação.

Infelizmente os partidos da direita demonstram-se incapazes de deixar Costa a falar sozinho. Aceitam ir a jogo no tabuleiro completamente inclinado do PS e acabam derrotados no jogo em que Costa é mestre.

Aliás tem sido esse o grande problema do CDS, não apenas nas Europeias, mas desde o último congresso: em vez de apresentar as suas ideias e o belíssimo trabalho que tem feito, prefere entrar na batalha da narrativa socialista. Resultado: o que faz de bom (o trabalho no parlamento e as ideias que defende) ninguém sabe, o que faz mal (porque para brincar as narrativas é preciso uma capacidade de mentira e manipulação que o CDS felizmente não tem) não resulta.

O problema do CDS não é de substância, é de comunicação. Tem apostado numa comunicação contra o governo (que tem muito para criticar) mas sem promover as suas próprias ideias e sobretudo o trabalho que tem feito.

Como o problema é de comunicação e não de substância (ao contrário do PS que é todo comunicação e zero de substância) vale a pena votar no CDS.

Primeiro porque o CDS é o partido que realmente defende a centralidade da pessoa na política: defende a Vida, a liberdade de educação, menos e melhor Estado, mais liberdade económica, menos asfixia fiscal. Este ideal, da pessoa concreta, com todos a dignidade que lhe é própria, é essencial numa Europa cada vez mais centralizadora, mais ideológica, apostada em apagar a história do continente em prol de uma nova ideologia que procura impor contra a vontade dos povos.

Em segundo porque o CDS é europeísta, mas também patriótico. Defende a cooperação europeia, mas uma cooperação de Estados. O CDS defende uma Europa solidária e forte, construída por Estados que decidem colaborar entre si. E uma Europa que perceba que a diferença entre os Estados não é uma fraqueza mas uma força.

Em terceiro porque o CDS propõe uma política responsável para o problema da migração. Distinguido refugiados de migrantes. Acolhendo os primeiros sem dúvida, sujeitando os segundos às leis de emigração. É uma irresponsabilidade deixar o problema da migração aos partidos populistas, como se só houvesse duas possibilidades: fechar totalmente as fronteiras ou então abolir as fronteiras. O problema é complexo, merece uma resposta complexa, e como disse Nuno Melo, os partidos responsáveis têm que falar sobre o tema.

Em quarto lugar, porque Nuno Melo é um bom candidato, com provas dadas na Europa. É um conservador sem medo de o ser e sem pedir licença para o ser. Num tempo em que a direita tem cada vez mais medo de se assumir como tal, a frontalidade de Nuno Melo é muito importante. Para além disso tem Pedro Mota Soares como segundo da lista. Um homem que foi um belíssimo Ministro da Segurança Social, que claramente sabe o que é a subsidiariedade, que claramente defende um Estado que apoia mas não se substitui aos corpos intermédios da sociedade.

Poderia aqui falar do mérito das outras candidaturas, porque me parecem menos boas que a do CDS. Contudo, voto CDS por mérito próprio da candidatura, não contra os outros.

Por tudo isto não tenho dúvidas em votar CDS nas próximas eleições. Mesmo sabendo, e desejando, que melhore, é a melhor alternativa para o país (porque as eleições são europeias, mas tem impacto no país).

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