segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

O extremismo é sempre de direita?




“Extrema-direita entra no parlamento da Andaluzia.” Este é o título em mais ou menos todas as notícias dos jornais portugueses sobre as eleições na Andaluzia. Todos fazem questão em sublinhar que o VOX (que ontem elegeu doze deputados) é de extrema-direita. Estranhamente nenhum deles sente necessidade de referir que o Podemos ou a IU são partidos de extrema-esquerda.

Aparentemente o VOX precisa sempre do adjectivo de extrema-direita, mas o Podemos, que neste momento garante o poder a Pedro Sánchez, o Podemos que em paga pelo dinheiro que recebeu de Maduro continua a apoiar o regime Venezuelano, o Podemos que quer derrubar a cruz do Vale dos Caídos, que quer fragmentar a Espanha, nunca é referido como de extrema-esquerda.

Esta desigualdade de critérios não é de espantar. Lembremos que, nas eleições brasileiras, o presidente eleito era sempre o candidato da extrema-direta, mas Haddad que tinha como vice Manuela D’Ávila, do PCB, nunca era descrito como candidato da extrema-esquerda. Trump, presidente democraticamente eleito é sempre associado à extrema-direita, mas o ditador Maduro nunca é descrito como de extrema-esquerda. Marine Le Pen, Salvini, Órban são sempre populista de extrema-direita, Tsipras, Iglésias, Mélenchon nunca são de extrema-esquerda.

A verdade é que a comunicação social tem sempre muito mais complacência com a extrema-esquerda do que com a extrema-direita. Pensemos por exemplo que Che Guevara e Fidel Castro, dois assassinos sanguinários, são ainda hoje tratados como heróis. Ou para ficarmos por casa, pensemos em Otelo Saraiva de Carvalho, terroristas condenado em tribunal, que todos os anos é homenageado na nossa comunicação social.

Só isso explica que em Portugal o PNR ou o novo partido de André Ventura sejam sempre tratados como perigosos, mas que o Bloco de Esquerda e o Partido Comunistas estejam no poder. Aparentemente ser contra a imigração é perigoso, mas legislar para que crianças de 16 anos mudem de género é bom. Ser contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma deriva autoritária, mas defender a nacionalização da economia já não tem problema. Em última instância, ser contra a União Europeia é bom ou mau, dependendo se quem o diz é Catarina Martins ou José Pinto Coelho!

Eu não defendo a extrema-direita. Eu também acho que os jornais têm o dever de denunciar ideias e comportamentos extremistas. Só quero é que o façam independentemente do lado da barricada de onde vêm. 

Aquilo a que assistimos hoje em dia na comunicação social é aterrador: qualquer pessoa de direita que se atreva a falar de nação, de defesa da Vida ou da Família é um extremista enquanto a esquerda pode defender o que bem lhe apetecer que está a apenas a derrubar tabus e defender o progresso.

2 comentários:

  1. Estou absolutamente de acordo, e muito mais pessoas estão,o pior é que quando vao votar,o bolso fala mais alto.

    ResponderEliminar