A
política é, ou melhor, deve ser, uma forma de serviço. O empenho político deve
ser o empenho na res publica, na
coisa pública.
Hoje
a política e os políticos são olhados com descrédito. É comum a frase “eles são
todo iguais”. O cidadão comum tendencialmente olha para os políticos e vê neles
alguém que apenas procura poder e dinheiro.
É
evidente que esta imagem é injusta. Que existem na vida pública muitas pessoas
verdadeiramente empenhadas no bem comum. Pessoas para quem a política é uma
missão. Infelizmente também existem muitos que se servem da política como forma
de ascensão social, de ganhar poder e dinheiro. Os partidos são muitas (demasiadas)
vezes porta de acesso para ambiciosos em busca de uma boa (e fácil) carreira.
É
por isso sempre uma agradável notícia quando um partido demonstra abertura à
sociedade civil. Não querendo ser injusto para todos aqueles que se dedicaram
toda a vida ao serviço público, é sempre refrescante ver participar na política
activa pessoas que têm uma carreira fora dela. Pessoas para quem a entrada na
política é claramente um sacrifício e um serviço que desejam prestar à
sociedade.
O
CDS tem demonstrado ao longo do tempo uma enorme capacidade de renovação e
abertura à sociedade civil. Prova bastante seria a própria Assunção Cristas,
que entrou para a política apenas depois de ter participado na campanha
contra o aborto em 2007. Mas mais exemplos podiam ser dado como Isabel Galriça
Neto ou Paulo Núncio.
Foi
por isso com muita alegria que vi que mais uma vez o CDS decidiu apostar na sociedade
civil ao apresentar Raquel Abecasis como candidata à Junta de Freguesia das
Avenidas Novas em Lisboa.
Raquel
Abecais, filha do antigo presidente da Câmara de Lisboa, Nuno Krus Abecasis, é
jornalista da Rádio Renascença há quase trinta anos. Construiu uma carreira
como jornalista política, sendo reconhecida como uma das grandes especialistas
da área. Directora-adjunta da Rádio Renascença, Raquel Abecasis abandona a
carreira que construiu para si para se dedicar à causa pública.
E
fá-lo com a coragem que lhe é conhecida. Antes de mais já anunciou que vai
entregar a sua carteira de jornalista. Ou seja, atira-se para um novo desafio
inteiramente. A sua candidatura não é apenas uma “diversão” ou um modo de
ganhar notoriedade (que não precisa) mas um verdadeiro compromisso de dedicação
à política.
Depois
não se limita a trocar um bom cargo na Renascença por um cargo melhor num
qualquer gabinete de ministro ou na direcção de uma qualquer empresa pública,
como tantos outros colegas de profissão já fizeram. Raquel Abecasis entra na
política apresentando-se a votos, não fazendo depender o seu sucesso político
da boa vontade da direcção partidária, mas da decisão do povo. Fica claro que a
até agora jornalista não veio à procura de uma qualquer sinecura dispensada
pelo poder, mas para servir.
A
candidatura de Raquel Abecasis, que assinala o princípio da sua carreira política,
é um sinal de esperança. Ainda há no nosso país pessoas dispostas a servir na
política, com espírito de missão e sacrifício. Pessoa inteligentes, capazes,
com uma carreira estabelecida, que estão dispostas a servir nesse mundo ingrato
e difícil que é política nacional.
Com
a candidatura de Raquel Abecasis à Junta de Freguesia das Avenidas Nova ganha
essa freguesia e o CDS. A freguesia porque tem a possibilidade de eleger uma
mulher séria, trabalhadora e competente. Ganha o CDS, não apenas pela
candidatura forte que apresenta, mas por passar a contar com a colaboração de
uma pessoa inteligente e experiente. Mas sobretudo ganha a política nacional que
passa a contar com Raquel Abecassis para trabalhar e servir o país.
Desejo
que esta candidatura seja apenas o primeiro passo para uma longa e vitoriosa
carreira política de Raquel Abecasis. Portugal e a política portuguesa precisam de
políticos assim: corajosos, sérios e dispostos a arriscar servir o bem comum.