Publiquei ontem um artigo sobre as eleições
americanas sem me lembrar que era o dia do último debate entre Clinton e Trump.
Se me tivesse lembrado teria provavelmente esperado mais um dia, aproveitando
assim aquilo que seria discutido em Las Vegas.
Não o fiz, mas ao ler hoje os resumos do debate
percebo que não teria mudado nada. Confirma-se mais uma vez que estamos diante
de dois candidatos muito maus. Deixo aqui apenas três notas sobre o debate de
ontem.
1. Trump foi Trump: ordinário, populista, demagogo.
1. Trump foi Trump: ordinário, populista, demagogo.
De bom teve a promessa de nomear juízes pró-vida
para o Supremo Tribunal e o seu pragmatismo em relação á Síria e ao papel da
Rússia na luta contra o Estado Islâmico.
De mau (para além da já proverbial malcriação e
ausência de ideias) a sua resposta sobre o que faria em caso de derrota.
"Vou ver na altura" não é uma resposta aceitável quando lhe perguntam
se vai aceitar os resultados das eleições. A Democracia não é compatível com
birras e chantagens.
2. Hillary foi Hillary: a pose de estadista, o discurso
"responsável" ao mesmo tempo que apelava a ala radical do seu partido
no mesmo tom demagógico do seu antigo concorrente democrata, Bernie Sanders.
De bom, a restrição ao porte de armas e a posição
sobre a emigração. Para além disso demonstra melhor preparação que Trump sobre
os assuntos.
De mau: a posição sobre o aborto e o lobby LGBT e
a posição sobre a Síria. Teve o descaramento de afirmar que a guerra civil
continua por culpa da Rússia e de Assad.
Convém relembrar que os Estados Unidos nos últimos
cinco anos armaram a oposição Síria, constituída maioritariamente por
extremistas islâmicos. Sem a Rússia, Assad teria caído e a Síria estaria agora
como a Líbia: entregue a senhores da guerra em continua luta pelo poder, com o
único ponto em comum de quererem impor uma ditadura islâmica. Encerrar o espaço aéreo
da Síria, permitindo assim a recuperação dos rebeldes não levará à paz, mas ao prolongamento
da guerra da Síria. Como Hillary bem sabe. Mas não lhe interessa porque prefere
continuar a demonizar a Rússia do que resolver o problema da Síria.
3. Impressionante como ambos os candidatos têm um
claro problema de honestidade em relação ao dinheiro. E como ambos se defendem
acusando o outro de ser mais trafulha.
Boa análise. O Trump é o Trump, já nem vale a pena falar. Mas realmente a Hilary, em política externa, pretende continuar a cometer erros que tanto horror têm provocado. Os americanos não aprendem, a experiência não existe no vocabulário americano. É assustador
ResponderEliminarBoa análise. O Trump é o Trump, já nem vale a pena falar. Mas realmente a Hilary, em política externa, pretende continuar a cometer erros que tanto horror têm provocado. Os americanos não aprendem, a experiência não existe no vocabulário americano. É assustador
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