quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ética institucional.


A Ministra da Saúde disse hoje que "era importante que a Igreja esclarecesse qual a sua posição" sobre o preservativo. Esta declaração foi feita na apresentação de um livro sobre a SIDA, no âmbito do Dia Mundial contra a SIDA.

Esta declaração da Dra. Ana Jorge demonstra uma de duas coisas: ou uma grande falta de conhecimento ou demagogia barata. A posição da Igreja sobre o preservativo é sobejamente conhecida. Se é admissível que alguns mentes mais frágeis se tenham confundido pelo escareceu feito pela comunicação social sobre o livro do Papa, já não o é que a ministra da Saúde também se confunda. Mas caso de facto esteja confusa tem uma boa solução: perguntar! Pode pedir ao Senhor Patriarca que lhe explique, ou ao presidente da Conferência Episcopal Portuguesa ou muito simplesmente ao prior da sua paróquia.

Fazer esta declaração parece ser apenas demagogia barata. Demagogia essa sempre condenável num assunto sério como este, ainda mais quando feita pela responsável máxima pela saúde no nosso país.

E isto leva-me a uma segunda questão. Estas declarações são muitos graves. Porque de facto não se trata de uma simples cidadã a demonstrar a sua pouca inteligência ou a sua demagogia, mas de um membro de um governo que se arroga no direito de pedir satisfação à Igreja. Se tem opiniões pessoais sobre a Igreja, que as dê pessoalmente a quem de direito. Quanto fala à imprensa representa o Governo e o Governo não tem que pedir satisfações à Igreja sobre a sua doutrina.

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