quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Roubados, perseguido e oprimidos. No fim paguem a conta.


Li hoje no Público que um qualquer instituto do Estado, alertado por um grupo de cidadãos cheios de consciência cívica, mandou parar as obras para substituir uma grade lateral da Sé de Lisboa que estava em riscos de ruir.


Sendo a Sé propriedade do Estado, para além de Património da Cultura, não se pode lá fazer obras sem autorização estatal. Ou seja, não tendo ficado satisfeitos por roubar a Sé o Estado português prefere ainda deixa-la cair do que tomar conta dela ou deixar alguém fazê-lo. Isto aliás é um acontecimento recorrente em todas as Igrejas que são propriedade do Estado. Veja-se a fachada dos Jerónimos ou o tecto de Santo António de Campolide.

Perante isto, ainda existem grupos de cidadãos que zelam pelo direito do Estado ao património espoliado à Igreja. Fomos roubados, perseguidos, oprimidos e no fim ainda vamos ter que pagar a conta dos restauros. Mas Deus nos livre de impedir um tecto de cair sem autorização do estado!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O Nobel da Ilusão


Antes de mais é preciso dizer que o Nobel vale o que vale. A opinião de cinco pessoas nomeadas pelo parlamento norueguês não é equivalente a uma eleição universal.


Contudo a vitória de Obama é sintomática do nosso tempo, onde a fantasia vale mais do que a realidade.

Todas as promessas emblemáticas que o presidente americano fez durante a campanha não foram cumpridas. Não fechou Guantanamo, a retirada do Iraque será decidida em 2012 e já enviou mais 20.000 homens para o Afeganistão, estando neste momento a pensar enviar mais 40.000.

Mesmo os dois exemplos de actos de paz referidos pela comissão do Nobel são apenas realpolitik. A aproximação à Rússia foi feita sacrificando a Geórgia em prol do apoio russo em relação ao Irão. Em relação à China, o Nobel da Paz ignorou os atropelos aos Direitos do Homem (na visita que o Dalai Lama fez agora aos E.U.A. Barack não o recebeu) de modo a garantir boas relações com aquela que é a segunda maior potência económica do mundo.

Mas estes factos não são acusações contra o presidente dos E.U.A.. Não há muito que ele pudesse fazer em relação a estes assuntos, alguns herdados da anterior administração. O problema é que as circunstâncias, ao contrário do que a Obamamania pensa, não podem ser mudadas por palavra bonitas e pensamentos positivos.

E este é um dos grande problemas de Obama. Conseguiu criar uma fantasia à sua volta, que lhe confere uma aura de salvador da humanidade. Mas realidade irá encarregar-se de desmentir esta fantasia. Como dizia o Honest Abe: "É possível enganar algumas pessoa todo o tempo, é possível enganar todas as pessoas por algum tempo, mas não é possível enganar todas as pessoas todo o tempos".

domingo, 11 de outubro de 2009

Família


Ontem foi discutido no parlamento o veto do presidente da republica à nova lei das uniões de facto. Toda a esquerda considerou que Cavaco Silva tem uma visão conservadora do casamento e da família. Para a esquerda qualquer coisa que more debaixo do mesmo tecto e tenha um pouco de afeição é uma família e deve como tal ser reconhecida pela lei.


Contudo a família não é um mero punhado de pessoas que gostam uns dos outros. A família, embora se deva amar, não está sujeita a sentimentos e a sensações, mas ergue-se acima disso. "É ela a sociedade natural em que o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida. A autoridade, a estabilidade e a vida de relações no seio da família constituem os fundamentos da liberdade, da segurança, da fraternidade no seio da sociedade. A família é a comunidade em que, desde a infância, se podem aprender os valores morais, começar a honrar a Deus e a fazer bom uso da liberdade. A vida da família é iniciação à vida em sociedade." (cfr. Catecismo da Igreja Católica).

Ou seja, antes de mais, a família só pode nascer da comunhão de vida de duas pessoas. De uma mulher e de um homem que prometem partilhar toda a sua vida um com o outro até ao fim. A família não pode nascer de uma relação fortuita, de uma relação onde os intervenientes estão junto porque e enquanto lhes apetece.

Depois, a família não pode nascer de uma relação estéril, que não tem em si a potencialidade de gerar. E não vale a pena argumentar que há casais que não podem ter filhos ou que se casam já idosos. Embora não possam fisicamente ter filhos, podem adoptar, recriando assim o laço da paternidade.

Dois homens, mesmo que tomem conta de uma criança, não podem recriar a maternidade e a paternidade. Podem amar a criança, educar a criança, mas não podem ser pai e mãe. É impossível da união de pessoas do mesmo sexo gerar-se uma família, pois uma família precisa de uma pai e de uma mãe.

Por fim, a família partilha uma história, uma herança, a pertença a uma comunidade. Essa pertença só é superada pela pertença a Cristo. Ora, esta pertença não pode estar dependente de um sentimento. Os meus irmãos não deixam de o ser mesmo que eu já não os ame. Aquilo que partilhamos é mais forte e mais importante que qualquer sentimento. Por isso o Estado não pode mudar aquilo que é a família, porque não foi o Estado que a criou. Por isso, mesmo que toda a esquerda diga o contrário, mesmo que o presidente da republica defenda um novo "modelo de família" esta continuara a ser um homem e uma mulher, unidos em matrimónio, com os seus filhos.